Thursday 26 February 2009

O Homem que nunca foi.

Alguém poderia bater até quebrar a mão naquela porta,
Alguém poderia entrar gritando jardim adentro,
Que ninguém responderia,
que nem mesmo um suspiro se ouviria.

Era a casa do Homem que nunca foi.
Era a moradia daquele que nunca fui.
Dos sonhos abandonados, dos sonhos arrancados.
Dos sorrisos jamais ocorridos, desses que não serão por ninguém vistos.

E lá está longe de seus não-planos,
perdido agora por entre mil e um anos.
Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me tiraram antes de outro oi.

Alguém poderia estar agora chorando aquele que perdi,
Alguém poderia agora estar sorrindo lembrando suas graças que eu vi.
Que não poderia recuperá-lo em vida,
que nem mesmo por um segundo o teria em vista.

É agora ali no escuro e no frio da terra que está.
É para sempre na minha memória flutuante que estará.
Fazendo suas brincadeiras, me dando seus abraços,
e comigo em seu colo estaremos em Deus-braços.

E lá está longe de seus não-planos,
perdido agora por entre mil e um anos.
Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me tiraram antes de outro oi.

Alguém que não foi o que poderia ter sido,
Alguém que será em eternidade o que muitos desejariam.
Que não há mais para onde fugir,
que não há mais uma boca para me sorrir.

Será bem aqui pulsante que se manterá,
podendo ser o que for, crescendo na medida que for.
Ele é o Homem que eu quero ser.
Ele é o melhor amigo de um sorriso que apenas quer ser.

E lá está longe de seus não-planos,
perdido agora por entre mil e um anos.
Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me tiraram antes de outro oi.

Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me ganhou no oi.
Ele é aquele sentado na Terra que nunca fui.
Ele é aquele dos Sonhos que nunca foram.
Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me ganhou no oi.

E ninguém sabe o que acaba perdendo,
dizendo que apenas está a isso ou a aquilo querendo.
E ninguém sabe o que está ganhando,
deixando que o sorriso brote por estar amando.

Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me ganhou no oi.
Ele é aquele sentado na Terra que nunca fui.
Ele é aquele dos Sonhos que nunca foram.
Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me ganhou no oi.


...E um pouco dele está em cada nós, desde antes e desde agora, e fluirá de nós para tantos outros. E ele se manterá, meu Homem que nunca foi...

Tuesday 17 February 2009

Outro, pois que não!

Não há vida, nem instinto,
sem aquele para o qual não minto,
sem aquele para o qual destina-se tudo que sinto.

Não há instante,nem momento,
sem aquele que tornou-se meu maior intento,
aquele único que comigo já é vento.

Pois havia de ser ele.
Pois havia eu de pertencer àquele:

Que meu coração roubou.
Que nele entrou,
escondeu-se e por lá me ganhou.

Pois por ele tenho - com gosto -
o espírito sempre a sorrir.

Pois por ele em meu rosto
lágrima-triste alguma, jamais brotou.

E sempre em mim habita, agora,
a certeza de por onde hei de ir.

Friday 13 February 2009

O treze de uma sexta em feira.

POIS QUE O SEJA –Cor do texto gritou esganiçadamente ao deparar-se com a horrenda luta interna de sua bipolaridade, cada dia mais freqüente.

Desacreditada em potencial quanto ao que poderia bater naquela face rósea de pele em verdade mais alva que o brilho de uma estrela, caminhava entre a poeira dos detritos-meteoros rumo ao rumor da mais longínqua e fugaz calda em cometa. No fundo bem acreditava que em si não havia de ser duas ou muitas, nem poucas, que sabia tratava-se inteiramente da totalidade sem par, totalidade da dita Alma, essa que por esses dias desde antes dominada fora por Eros.

PUDERA – a voz veio fatigada pela fibrilação de um coração pulsante nas três palavras de um já muito antigo amor Romeu-Julieta.

E quisera que fosse para sempre ela o sono, em sonho que embalava a calma que antes habitava naquele corpo inerte de gente que não mais vivia em vida de realidade, essa tão bem vista. Ponderando em si que não havia ponderação alguma, e o que se tornaria Eterno, ah, isso seria aquele passeio pelo jardim vida-cor pelas flores de amores, e seu orvalho-lágrima. E era assim que queria passar o resto de seus dias.

Que eu já sabia, era meu corpo estirado na porta da vida enquanto a viva-cor do olhar azulado de meus já não mais olhos alçara a tempos o vôo final para onde não há de haver, a não-existência de continuidade. A Eterna.



...maravilhada ou não foi assim que entrou na tão supervalorizada maioridade de mais um dia de vida vivenciada...

Thursday 5 February 2009

Vivia? Não mais.

Quando nasci, Ah! Eu fui tida de primeira impressão um desses seres mais singelos e, por todos os pontos de vista, mais delicado que a flor de jasmim que floresce e que deve ser colhida antes do amanhecer para ter seu cheiro conservado. Muito se enganaram esses loucos-lunáticos sem vida, pois eu, Ah! Sou muito além dessas coisas tão pequenas e sou muito alem dessas mentiras mal contadas de pais para filhos.

Eu fui crescendo e me fortalecendo em cada um dos meus rumores, em cada um dos meus dizeres! E FUI EU, apenas eu! Que mantive vívida na memória a frustrante atitude de tentarem me interromper, de tentarem me impedir de realizar os meus maiores desejos de uma sonhadora perdida no vago espaço do tempo infinito.

Acredite em mim! Acredite nesse falatório moderado de um mero ser humano sem vida de fato, que apenas por mais um dia queria poder declamar ao grandioso poeta esquecido nas entrelinhas e nas esquinas de pensamentos vividos apenas na minha imaginação a verdade sobre o que é o Sentir! Sobre esse paradoxo de antítese que denomina-se Amar!
E eu viro o Maestro-motivo! Viro o canto do rouxinol e pouco mais me transformo no Pitassilgo que alça vôo para alem de um horizonte circular que você certo dia abandonou ao descaso da memória sem lembranças de um perdedor qualquer.



VOCÊ ME ACUSA! Você tenta isto ao menos, por certo momento! VOCÊ! Na sua estúpida vivência sem capacidades de modificar algo para o prazer de outro, ah! Sou eu que tento agora trazer confiança a qualquer alma para que se mantenha firme em algum sorriso sincero de brilho memorável...

SOU EU! Que trago no olhar a última lágrima de desespero de um povo que a muito foi perdido em si mesmo, e que a muito deixou marcado nas pedras históricas a sua despedida de amor – O NOSSO EPITÁFIO; pois de uma hora para outra nós viramos ambos um único ser único, CONTRADITÓRIO.



Eu fui me deixando cair nas minhas criatividades infindas a paixão que eu mais pedi ao Céus, a paixão sem dor de um coração que não pulsa mais. SIM! É bem esse o caminho que eu segui em um momento que eu não acreditei mais poder em mim ficar guardado o louvor de quem chorou por um amor e que sofreu loucamente e até arrancou os cabelos por um Amor!

Me deixei cair nesse caminho. Me deixei até pular da ponte das águas mais cristalinas da pálida garoa, da chuva das lágrimas de quem já se perdeu dentro de si. Me joguei! ME ATIREI! Fui bem eu, aquele que MATEI.

E junto veio ao quadrado de toda qualidade-defeituosa encaminhou-se ao meu lado aquele que me fez chegar ao ponto que cheguei. TOLO! TOLO É VOCÊ! Que não passa de mim mesma, segue o caminho que tomei, e se deixa no mesmo ponto que me deixei. E POR QUÊ?

Por outra, que te pega pela mão e com um afago vingou-me.

Sunday 1 February 2009

Estrelas são gostares de brilho eterno.

Aliterar-se

Sabia, sabendo que teu tempo esgotara,
Esgotando-se ao encontro do mar,
Dos braços-afagos do teu ser a sonhar.
Fora bem assim que se perdera.

No uivo a uivar de vento
A redemoinho de não-momento
Que só queria o jovem corpo,
Por mais que fosse um pouco.

Que era ela a nova aurora,
O florescer de sua alma outrora.
Que é por ela que ele espera lá fora.

Havia, havendo as novas cores
Essas que em sempre o alegrará,
De tudo em todas os amores
Que só nela sempre será.

No tempo em passatempo de viva flor
Que ali-outrora apenas era botão-furor
Da jovem moça ao gentil libertino.
Que fosse, que seja, meu e teu destino.

Venceu, vencendo os fortes
Dos rios, dos fins - impaces -
Os fracos não subjulgados às mortes
- Essas que os encaravam face a face.

No gosto de algum gostar infinito,
Desses assim tão para alem de bonito.
No gesto, na vida de alguém
- na vida do meu Alguém.

Que era ela a nova aurora,
O florescer de sua alma outrora.
Que é por ela que ele espera lá fora.

Amando e chorando,
assim sempre, assim perpetuando
a verdade sobre estar amando.

Que era ela a nova aurora,
O florescer de sua alma outrora.
Que é por ela que ele espera lá fora.