Friday 31 October 2008

sonho, chamo-me ilusão

Quando eu me perdi e já me esqueci
Que os dias não mais se passarão
Eu ainda fico com os olhos a ver
Uma memória da tua vida comigo

Tudo isso, tudo aquilo

Quando eu me perdi e já me esqueci
Que os amores passam pelo coração
Como uma florzinha que quer viver
Entre os espinhos, seu mais novo abrigo.

Nada disso, nada daquilo

Quando eu me perdi e já me esqueci
Que os quereres vêm e vão
Pelo vento de um eterno conhecer
Que ainda insistes em me ter, amigo.

Mais disso, mais daquilo

Quando eu não vi nem por um momento vivi
A verdade da dádiva de gritar: Estou a amar!
O desespero todo que já está dentro de mim
Só de pensar e não poder mais me decidir.

Menos disso, menos daquilo

Quando eu não vi nem por um momento vivi
Deixando os segundos apenas a não sonhar
Com o amor inteirinho que me queria no fim.
Foi simplesmente assim que te deixei partir.

Nada disso, nada daquilo

Quando eu vi nem por um momento vivi
Só me restou aquela lágrima no olhar,
Um amargo, ainda doce, sorrir de crer:
Ele vai voltar direto para os meus braços, sim.

Tudo isso, tudo aquilo.

Quando eu menos esperar, quando eu me menos quiser.
Ele virá correndo, virá e me abraçara, gritando aos ventos
Que jamais novamente irá me deixar, e que nunca há de me abandonar.
E terminará mais um desses capítulos esquecidos, num beijo.

Quando eu não mais puder contar e a vocês declamar
Ele já estará jogado entre meus carinhos, entre nossos momentos
De maior amor, de mais fogosa paixão, ambos iremos de novo sonhar.
Nossas vidas já nos são ligadas, para eterno, pelo nosso desejo.

Para sempre eu vou...
Para antes do que já sou...
Já sabes, ele me cativou.



Noutro dia, noutra parte de mim:
Não coloques em minha pele qualquer mácula.
Que mantenha toda a minha alma pura, tal chuva de prata,
dádiva do paraíso; e que me ganhe apenas
no olhar de brilho maravilhoso,
como se tu fosses para sempre meu anjo.

Que pela noite que eu vi num desses momentos
de quase abandono, te veja e saiba ainda que pela maior
das minhas alegrias, já o tenho nesse meu corpo
de alma-vento, jamais eu desejaria.
Me guardo, me resguardo.

Que nem sei, passo-me agora num sentir
de graça e neura, talvez até divina;
no fim só me lembro, dos meus lírios,
ainda entre os azuis e os verdes,
nas minhas sensações resplandecentes de sorrir.

Wednesday 29 October 2008

homem de questões

I

Garota! Quando foi que você me tomou assim pela mão?
Que eu nem me lembro mais, nem sei quem eu sou.
Acho que você é uma dessas ladras de coração.
Acho mais que isso, você é aquela que me cativou.

Você, você sabe muito bem, que já sou inteirinho seu.
Mude esse meu humor,me deixe ser de novo todo meu.

Garota! Quando será que você vai dizer me amar?
Me diga logo, me tira desse despero a me atordoar.

Se você me negar que seja eu seu homem,
me deixe, me largue num beco qualquer.
Mas que eu sei, eu sei você finje bem.
Mas que eu sei, você é minha mulher.

II

Então me diga, sou um mau rapaz?
Ou sou aquele que te traz a paz?
Olha que já sei! Seu olhar não me engana
e você sabe que ele sempre me ganha.

Porque eu entendo, que sua cara de anjo
Está muito mais para um blues-arranjo.
E eu bem que agradeço, foi ela, jeitosa,
que de fato já me conquistou, de primeira.

Hey! Baby, come on, let´s go, around the world.
Come on, move on, you're the women.
I can feel everything in my bones.

III

Conte-me querida, eu já sou todo teu?

Venha aos meus braços,
venha para eu te beijar.
Venha para meus braços,
venha para eu te amar.

Conte-me querida, eu já sou todo teu?

Olhe aqui nos olhos meus,
e esqueça desse vazio.
Olhe aqui nos olhos meus,
e esqueça esse dia pueril.

Conte-me querida, eu já sou todo teu?

Só posso é adiantar,
você que me faz sorrir.
Só posso adiantar,
você que me faz não partir.

Conte-me querida, eu já sou todo teu?

Todo meu, da alma-vida puras,
sempre ali nas escuras.
Todo meu, no perdido sonho,
sendo jamais enfadonho.

Conte-me querida, eu já sou todo teu?
Que eu te conto, você é toda, meu
amor, carinho, frescor, caminho.
Conte-me querida, eu já sou todo meu?


Parte, à parte:
A que pensa e que não escolhe sabe mesmo assim que é
apenas a aparência de não escolha que fica em volta,
aurea-etérea, mas mesmo que seja, ela que prefere assim,
quanto mais agora. Parecem que já a conhecem demais,
tornou-se um perigo dentro da sua própria sanidade.

Tuesday 28 October 2008

soltura, sol e lua

Começo de um hoje, regado de valores tão morais que a muito já se tornaram banais, afinal eu só quero aquilo que se tornou sensível-sentimental. Que não haja mais diferenças de um para outro, corpos desiguais, jamais. Quero é a abundância do rotativo que nada tem de inerte, quero é a delícia da carícia e da malícia que me banha até os ossos mais internos. Ah! Invernal primavera de um amor, puro e certamente doloroso, mas tão cheio assim de valor.

E sim, sei muito bem, eu deveria ficar quieta, ficar no meu mais mudo barulho de silêncio e simplesmente te deixar descobrir aquelas respostas que nem podem ter uma boa pergunta formulada para responderem. Agrado. É bem isso que eu faço, mas faço com gosto de ver naquele teu rosto que já está tão bem marcado, nítido, cada uma das linhas que o formam na minha memória de lembranças infinitas, dos momentos mais adoráveis. São esses meu distúrbios, são esses os meus devaneios, os mais loucos e profundos, todas aqui: entrelinhas.

You must be mine.
You shoud see the sky,
and feel my eyes.

But I'm a bad man
I'm a good insane
who feels the soul.

Let it be. Let it show.
Hopin' fallin' knowin'
One more guy, lovin'.


São os fantasmas que me revelaram que é assim que se faz a arte de querer simplesmente amar e tocar como as notas fugidas de um piano desafinado, quem sabe - que seja só Deus - ainda que sejam as notas de um rodapé de um jornal qualquer, vida de um desses amores dispares, que o seja, já me fiz quem não fui.

Monday 27 October 2008

azuis de um lírio

Quase não mais vivia,
quase até mesmo se esquecia
que era a pouco, tão só,
que era ontem, apenas pó.

Mesmo que renascesse e mesmo
que tudo se esvaecesse a ermo,
não havia mais dor, nem mais choro,
era agora apenas trovador, ele - o coro.

Com versos de vento raios de sol,
com o sorriso nos lábios, puro farol.
Que escrito com brilho estrelar já diz:
"É aqui que deve aportar, deve é ser feliz"

Tudo estava ali, já o sabia,
nos olhos que tanto o cativa...
Tudo estava ali, nas palavras que não dizia,
nas ondas do mar que tanto se movia.

Talvez fosse amor,
talvez ele fosse apenas sonhador.
Que o fosse, mas que o seja
no teu vale, minha flor de cereja.

(Fragmento de momento após:)

Talvez ela parecesse apenas perdida,
talvez fosse aquela que traria vida.
Que o fizesse, que o quisesse...
Ver como novo ramo, que florescesse.

Ao nascer de um novo pôr solar.
Ao fim do mais novo invernar.
Primaveril, na constância do não
constante sem mais dias em vão.

Amo.
Clamo.

Sunday 26 October 2008

libertinagem

No princípio, ainda quando era bem pequeno, ele já tinha boa memória. Já mostrava os gosto peculiares de um observador ávido por vida de mundo-único surreal. Parava por momentos seguindos vendo o rósea do por-do-sol sendo mais um dos raios resplandecentes deste. Passava rapidamente rodando em volta das pessoas só para descobrir as sensações de olhar diferentemente de como lhe era ensinado. E corria, corria loucamente com as mechas do cabelo mais negro que o mais triste corvo, com o brilho celeste de uma lua em sua pele que parecia cada dia mais alva, mas sim, antes de tudo, aqueles olhos que eram apenas para ludibriar e tomar para si um novo escravo de seu escritos, azuis-etéreos e vivos em toda a cor de essência que mais nada se igualava.


Mas não havia um ser vivente que não quisesse aquilo: Aquele Encontro. Poderia até trazer um fim de morte, podia até ser fim de tristeza, o que fosse, mas não havia quem não o quisesse. Pois mesmo que por um vão momento, ah, seria mais que qualquer vida eterna, seria mais que qualquer caloroso abraço ou qualquer cálido-doce beijo dos lábios delicados do mais formoso amante. Seria o olhar profundo, seria a pureza mais bem-vinda e seria antes de tudo o mais verdadeiro amar. Tudo, pelos olhos da viva-cor de uma viva-criança.


Que não há noites sem essa visão, e não há dias sem a escuridão. Pois tudo tornar-se-á busca. Que o sangue doe-se até a última gota rubra, que o frescor do hálito se esvazie até o fim, sim. Apenas para achá-lo, vive-lo. Que é em todo o infinito do meu meu momento que eu o faço vir a mim, que é em cada espasmo do sabor do gosto da ânsia lasciva que ele caminha pelos pensamentos que eram meus. É ele, todo o meu. Por hoje.


Me dê a mão, e venha passear por entre os meus bosques. Se não tiver receio, querido.

Saturday 25 October 2008

lay, lady, lay

Caminho, fui quem saiu por ele.
Sozinho, não parecia eu dele.
O sorriso no rosto já contava
que meu desejo era flor regada.

Resguardo... no solto e logrado,
ficou um momento por mim guardado.
Sabe? Daquelas lembraças vivas
em memórias ainda mais queridas.

Que nem o ato-negar, mesmo em alto mar,
poderá por vontade renegar.
Pois sim, pois não.
Acho que todo teu, é meu coração.

Que seja ainda o contrário do oposto,
que sendo ainda mais mútuo conforto.

Pois sim. Eu preciso de alguém. Eu preciso de algum lugar. Eu preciso de algo. Mas eu prefiro tudo. E eu dei uma daquelas sortes brilhantes que reluzem ao pedido incauto de um descuido maior que o pensado-imaginado, ou não, pode ser apenas de um desaviso qualquer. Rompante. Prefiro assim mais ainda.
Pois não. Quase como imposto a fronte retoma a cor, ganha de novo todo aquele rubor de vivacidade, aquele contraste na tez pálida-delicada. Lua em dia de sol, Lua em momento de ser aroco-íris, Lua com a vida toda numa flor. Quanto mais revejo esses ditos instantes mentais entre acordos e descobertas (tudo em tão viva-cor), repenso pensando que o pensar não funciona mais como outrora, modificou-se.

borboletear

Foram meus azuis. Mentira, foram teus verdes. Não sei, ambos como um ou nenhum, ainda assim todo, são afundáveis em percepções de tal relevância que não há nem mais algum controle sobre esse encanto (ao que parece) ser o que se é. Amontoado. Sim, foi bem assim. Brilho lunar claro em vida de luz - colorida - que do coelho vem o mágico e do mágico a rosa, de toda ela eu sei ali no meio das imperfeitas pétalas eu vejo-escolho perfeita como si só, como só (nós-eles), ganhou mais um mágico rubor nas minhas faces ou simplesmente nos meu lírios, vergonha que não foi, pois sei, já pré-dizia, que a louca questão do pessimismo obsoleto já não mais força teria, que no fundo da alma minha tão perdida era o risco todo que corria - risco todo que queria.

Foram meus azuis. Mentira, foram teus verdes. Quando borboleta de anjos em flor, sai assim que já vi, em busca desse tal de Amor, eu percebo pelo vento - que de brisa já se tornou - vem atrás da mais delicada flor, vem atrás do mais doce senhor. Que já vi - o caçador das borboletas de flor em flor, colhe aquela que ele sabe que ele sente - ressalta resoluto: é ela - pode a todos trazer alguma dor e pode ainda mais, a todos trazer o divino amor. Alçando vôo por alguma de tuas redes ela sabe - borboleta - a liberdade é toda dela, ela sabe - borboleta - tem hora de cativa a se aproximar; mas antes de tudo ela sabe - borboleta-anjo - ela quer assim ficar.

Outro dia ainda, aguarda o novo borboletear.
Noutra ânsia sem pressa, escura floresta,
é entre teus dedos pousar.
E é entre teus amores, toda a festa.

E volta a tudo quato é início:
Foram teus azuis, teimosa.
E volta tudo como um vicio:
Foram teus verdes, formosa.

Thursday 23 October 2008

um fim de início

Por vários momentos me perdi por hoje, ou que seja em ontem. Não que eu recusasse que me ocorresse tanto assim, como sonho de um acordado que despertou da real surrealidade e repleto foi almejando mais e mais honrarias. Afinal, ela já esperava, mentira, tomou-a sem que notasse, verdade. Que ainda vê ali longe e perto e voltando na revolta por palavras tão distantes, apenas mais um enrolar do devaneio dito lúcido que toma o tempo e ocupa espaço, que o seja, ela sabe que quer assim, ou não quer mais, mas de todo ainda o faz.

Por outro desses meios métodos nada eficazes e tradicionais, foi o vento em teu rosto do cabelo ao desgosto que no dia em fim como todo fim e início de nova semana que fez sapeca a traquinagem de tão travessa que foi, a colocou em pensar, estado bucólico e demora, num todo afirmo que é instável, esses temperamentos que a endorfina quer manter, ela tornou-se fácil por um momento, e ainda assim o sorriso fica estampado como um rasgo marcado, alegre. Ela não o deixou dominar. Esses encantos duradouros da vida, que eu sei, não é tão minha. E que eu sei mais, sonho que é.

Acaba por aí, mentira. Continua por ali. Que ainda vem a borboleta de asa em dor que outro dia ainda virará amor alçar teu esvoaçar para onde que cá tornou-se todo meu lá. Ah, até eu que sou quem fui e nem ao menos serei, que sou ausente intermitente adivinho, tudo em torno do lunar (já me conheço, conheço-a) - duplos, triplos, todos multiplos - também aqui já me perdi e já me esqueci.

Wednesday 22 October 2008

Para ela e só dela.

eu quero, eu amo, desejo, anseio
O Beijo
antes, outrora, já nem o sei
perdi-me entre os quereres
até todo teu é o meu olhar
O Beijo

Hoje que eu me sinto apenas tomada por afãs, ainda que não o saiba nem talvez o conheça. Minha preguiça cresceu, e tudo fica por aí mesmo com ou sem joelhos, fracos. Suavidade até na queda e no rebento de alegria, mais do que aqui havia e muito menos do que seria, como disse nem sei. Sou todo dela.

Tuesday 21 October 2008

Aos anjos, um Augusto.

- Será que farias uma poesia para mim?
- Como?
- Um poesia, só para mim?!
- Posso tentar. Mas não prometo nada...


Claridade, eu ainda vejo entre os cinzas,
Ah! eu vejo, em cada lírio a desabrochar.
Notório, que o seja, não cansas em desejar,
que eu sei, já notei, está no brilho do teu olhar.

Raridade, eu ainda vejo entre os prismas,
tão translúcidos, de arco-íris eles o são.
Transitório, sei que não, entre ti e outro então
sinto em mim teu sorriso, alguma sensação.

Mas sei, assim, como vejo, sinto-presencio
em um todo foi encanto-bonito, tão vivo.
Só sei que tenho-mantenho eterno velejar.
Que gosto, que gesto, não há nem será
algo a mais do que fora, a te anseiar.

No frio, no rosto, são tuas mãos.
No mundo, no sonho, são minhas palavras.

sol de lua

Narciso que me chamo
todo dia, após dia
Narciso que me amo
no hoje, no ontem, no dia-a-dia

Uma coisa tão minha,
uma vida que não tinha.
Lucros que eu não queria.
Sortes, pelas quais morreria.

Narciso, que não sou
por hoje, por eternidade de sempre.
Narciso, que não sonho
uma noite de todos, minha, nem sempre.

Não devo mais ponderar
Nem devo ainda a ti, adorar,
mas que me vale ser quem não sou
Agora que teu sorriso a mim tomou?

Não me pergunte nada, nem aguarde um algo. São apenas mais pedaços da minha mente tão humana, tão insana, tão romântica.

Sunday 19 October 2008

realejo de borboletas

Tem um ou outro dia que sempre acontece e que tornou-se quase constante. Safado como si só, me diz ao pé do ouvido e vai assim tocando algo que me aparenta ainda ser meu coração vai me contando que vale tanto a pena ser quem eu sou ou quem você é, pelo simples sabor que a vida vem e deposita na ponta da língua, em cada doce palavra ou em cada pudor de um beijo. Não sei, apenas eu acredito, que seja por agora ou ainda que outrora, é. E vai assim declamando aos murmúrios de trovadores:

Que é o sorriso da criança que me encanta
que é o teu sorriso que me engana
No fim, é no olho, no rosto que sempre emana
aqueles versos assim, que todo dia canta.

Que é o doce da boca que me ama
que é a tua boca doce que me quer
No fim, é em mim que arde a chama,
do fogo da graça de poder te ter.

E todo dia sem-dia de sem-vida
venha e assim como borboleta em flor
Na noite e na madrugada caida
que seja e pega-resvele, tua, meu amor.

Mas não, que me venha de novo. Já sei, já notei, mas o gosto de ouvir isso pelos passarem de brisas ventanias ainda me é maior. Então vem, que aconteça outro desses dias que acontecem, que venha ainda mais um declamar de trovador, mas que nesse, esteja você, sentado ali, na ponta dessa lua minguante que só me espera para no fim de minha noite perecer, e do lugar surgir tu, estrela minha, a mais nova, posso apenas te querer.
(ou talvez não, vai depender de um você-tu-tatu)

Saturday 18 October 2008

ou não,

Que eu não deva entender mais nada, já me precavi. Mas que algo possa tomar-me e colocar-me como se fosse apenas eu uma flor que desprendeu-se assim, dentro de um movimento de ar, tão longo e tão demorado, que mesmo distante está a levar-me pela mão, como se a muito me conhecesse. AH! disso eu realmente jamais me precavi, como um sentir agudo de pontadas e de doçuras a saborear, mesmo nunca as tendo de fato perto assim.
E mesmo que por uma sensação sutil em minha mente, vem-me a lembrança de que essência aparento eu possuir, e de como ela deve se mostrar.
No tudo, permanece um: Cativa-me. E tudo o mais se perde em meus devaneios lúcidos e exigentes.

Friday 17 October 2008

quando ou quase

Quando sonho que os dias passam, e quando desejo que não sonhe, penso que quero o eterno, e esqueço que o vivo.

São assim, como relapsos, que algumas palavras tomam-me pela mão, e dizem que só vejo anjos.

Thursday 16 October 2008

Ao licor!

Não penso nem gracejo - amo.
A ti, minh'alma, quero ter
A (por) ti, cada dia morrer.
Por mais um que seja - amo.

Dar-te-ia tudo, do céu ao não-céu.
Da vida a não-vida,e da morte
me faria tua, alva e rubra.

Deliciar-me-ia nos teus braços,
e nos meus',ah!' enlaçaria o teu desejo
de volúpia, tu não mais escaparias.

Das noites teriamos dias e dos dias
mais noites, das noites mais amores.
Eternos! - amantes - Eternos!

Nas chuvas o arquejo se perderia,
por entre beijos e anseios,
por entre as pernas, abraços.

Gotas que do corpo cairiam, gotas
que da alma ressurgiriam, põe-se
chama viva e ardente - tanto almejo!

Mais um passar de vão momento,
no beijo no rosto no gosto
boca tua e minha e nossa - vento!