Sunday 29 March 2009

Mumpish.

Amei aqueles que não conheci.
Surgi do ventre de quem não vi.
E a todos sussurro que vivi.

Viajando por entre meus mares,
meus tão queridos olhares.

Amei a tantos que já me esqueci.
Sorri para poucos, pois temi.
E dos medos que tive, digo: sobrevivi.

Respirando das rosas os ares,
de alçar em vôo de todos meus lares.

E por assim que vai do não ao sim,
roupantes-turbilhões dentro de mim.
Talvez em jamais haja fim.

Thursday 26 March 2009

Olhos Meus.

Por dentro de olhos
vejo um imenso vazio,
como mar calmo,
algo tão vivo.
Que te penetra,
invade tua armadura.
E você vai se afogado,
em seus pensamentos,
mostrando aos olhos,
olhos que te vigiam,
todas as tuas verdades
sem poder conter
nem ao menos prever
a invasão dos olhos meus
na menina dos olhos teus.
Tua alma vem a tona,
brincar com a minha,
unindo uma a outra.
Agora, almas juntas
de olhos únicos.
No meu azul vivo
como que hipnose,
flutuas no infinito
da minha mente,
vendo teu rosto
marcado eternamente
na memória minha.
Mar azul de recordações,
vida que fica frágil.
Olhos de ressaca,
eles te prendem,
eles te invadem.
Olhos de maresia,
eles te acalmam,
eles te mostram.
Verdades e solidões,
minhas e tuas.
Infinito azul.
Perene, eterno.
Eles te invadem.

Tuesday 17 March 2009

Conto aos Ventos.

Caminho. Corro. Caminho. Corro.


E vou por assim dizer crescendo em transformações contínuas.

Bailando no valsar eterno da minha essência em alma. Da minha calma em agonia de dias em horas. Vou, sinceramente, desapegada do tempo-momento.

Dirigindo-me por esta ou aquela estradinha de terra, quem sabe ainda um caminho de ouriveres, mas não é isso que me fará ser quem sou, nem é isso que te mostrará quem sou. Existem lágrimas e existem sorrisos. Existem mágoas e existem felicidades Mas antes de todas elas-bobagens, existe a essência que mora diligentemente em correnteza que emana de cada molécula e não-molécula de um corpo, talvez, no estado mais pronfudo-profuso.

Essa dita, essa escondida.
É ela a minha escolhida.
Aquela que me faz, Querida:

Es
ncia.aicnêssE

Na rapidez de cachoeira ou na vagareza de água parada, não há com o que se perguntar. Bem ali, em incontestável-irrefutável verdade ou certeza, não importa a incerteza, já o sabes que mora ainda em mim.
Que o conhecer ou desconhecer de si em outro alguém não é mais que mágico-inconstante, mas muito além de inconstante-mágico.

Essa dita, essa de quem duvidas.
É ela que no fim sabe das idas,
E acredita mais ainda nas vindas:

AMOR.

Friday 6 March 2009

Quem morrerá contigo?



Morrer, intransitivo. Pois que sim, pessoas apenas morrem, não interessa muito como nem quando e nem onde. Elas morrem e acaba por aí, sem maiores delongas e frescuras.


Mas o que elas levam consigo?


Isso sempre foi peculiar de minha pessoa, desde meus mais tenros anos, nas minhas idas aos cemitérios de tantas vidas. Aqueles lugares tão organizados, tão milimetricamente perfeccionistas, e vivos. Sim, de alguma forma vivos. Deve-se tudo às visitas daqueles que choraram ou que ainda choram, daqueles que sorriram ou que ainda sorriem...

Na morte, vem outro tipo de vida. Posso não te ter comigo nesse físico absurdo sem realismo, mas posso me por contigo em qualquer lugar que você me levar. Talvez seja a força do pensar. Talvez seja a força do querer. Não há como me importar com isso, se meu sentir explicaria tudo com o fato de amar não morrer junto contigo. E tem dias que acredito apenas fortalecer.

E tem dias que eu acredito que morri ali contigo. Um pedaço de mim. Um resquício do que fui e você não gostava. Na certeza que não foi a parte que te amava que partiu. E você vai acabar por viver em tantos outros, teus causos serão os meus, e teus sonhos minhas mais verdadeiras histórias.

Não há quem morra contigo. Há apenas que eu morra em mim, e renasça em ti. E assim por diante com todos esses que vivem em mim. Sou, pois, como uma parede inteiramente branca, e vai assim, com o passar do tempo tornando-se mosaico, tornando-se obra de arte de vários artistas-amores.




Para além e depois, só me lembro deles. De um Romeo e de uma Juliet. E penso quantos deles já se movimentaram em movimento eterno que continua por esse mundo de universos tão vasto. E sinto em mim pulsar todos aqueles ,em suas imagens por mim feitas, eles que amo. Acreditem, os amo.

Thursday 5 March 2009

Vem a mim Amor.

Respira do meu ar,
respira dessa alma que só faz amar.
Retira do meu ser,
retira os versos que por ti vou escrever.

Rompeu da minha alma,
rompeu tudo e todos e te deixas como calma.

Largue, pois as estrelas.
Largue-as como se fossem besteiras.
Pois que do delas-brilhar,
te juro para sempre meu coração o irá guardar.

Que não me bastaria a conquista,
que não me bastaria alcançar o que tenho em vista.
Se tudo para mim,
tudo a teu lado jamais terá um derradeiro fim.

Rompeu da minha alma,
rompeu tudo e todos e te deixas como calma.

Respira do meu ar,
respira dessa alma que só faz amar.
Retira do meu ser,
retira os versos que por ti vou escrever.

Tuesday 3 March 2009

Ode ao vento.

Vento amigo
Vento irmão
Sozinho vagas

Observa a vida
Olha os enamorados
Observa o desespero

Tu és pobre de sentimento
És frio, como inverno
Mas vive, vivendo

Soprando pelos campos
Passando pelas árvores
Brincando com a primavera

Quando cansado do normal
Tenta chamar atenção
Tufões e seus irmãos

Escuto teu lamento
Como que um murmúrio
Triste, insano, vago

Como gostaria eu de acompanhar-te
Mesmo que por pouco tempo
Roçar sobre a face de quem passa
Brincar nas pétalas da flor

Carinhoso como és brisa
E sobre momentos torturantes
Forte como é o vento norte

Tu, mais que nobre
Vês as eras passares
Ligando o passado ao presente
É aquele perene, futuro

Carrega-me como tua noiva
Me leva, Me mostra
O azul do mar
O verde das florestas

Vem, toque-me
Acaricie a minha face
Mas não vá rápido
Deixe-me tocá-lo

Vamos juntos valsar
Como a flor com a borboleta
Com nossa transparência
Ver o que ninguém vê

Transpor a barreira do constante
Seremos metamorfoses, unidos
Tu e eu, como que brisa
Como que amor.