Wednesday 21 October 2009

Iluminus.

Brilha no mundo a estrela mais fria,
brilha no escuro de sua própria tristeza,
esquece-se que no ar vaga o sim da certeza,
e perde para além-sempre o sonho que queria.

Brilha no horizonte o homem,
brilham nele os astros que já somem.

Por entre seus elementos-seres,
por entre os toldos os quereres
daquela mesma fria estrela.

Pois sem tristeza não haveria o permear-se,
aquele tão pouco conhecido completar-se,
com o sonho-alegria
na música do maestro-melodia.

Então:

Brilha no mundo a estrela mais fria,
brilha por ele e gera alegria.
Brilha no escuro de sua própria tristeza,
brilha para deixar-te aos braços desse acalanto-beleza.

Brilha no homem o horizonte,
brilham nele os astros que não mais se escondem.

Tuesday 20 October 2009

Inscrito.

Tantos são os dias que não mais escrevo,
Tantos esses que em mim esmoreço
E aos outros apenas tomo parte
Fingindo não ver que não há mais impasse.
Vai, pois, complicando-me e fugindo,
Correndo por vielas
E tantas ruas belas

Tenho na mão a caneta,
Na cabeça a sineta
E no coração
A minha inspiração.

Tenho no corpo a marca esquecida
E na mente a memória querida:
Do papel a minha estória
Perdida nos tempos da história.

Tantos são os dias que não mais escrevo,
Tantos esses que em mim esmoreço.
Mas, no fim, sou eu mesma,
Parte a parte da mesma centena,
Da alma fogosa
Em verso-vida amorosa.

Sou:
De caneta e papel,
De uma arte sem véu:
Nua.

Tuesday 1 September 2009

Entrega.

Não se entregue ao simples rompante,
tenha certeza que o outro também é amante.
Não se entregue a uma morta-valsa,
sem antes ter conhecido o ardor da salsa.

E mais que tudo:

Não se entregue por um simples amor,
que não é ele que te promete a vida sem Dor.
Não se entregue a um beco escuro,
pois ele pode ser o fim do abismo da alma-murmúrio.

E antes de mais nada:

Não se entregue a qualquer uma discussão,
no lugar da música de teu coração.
Não se entrgue na falta do esquecimento,
mas sim, agradeça por cada momento.

Saturday 15 August 2009

Jura

Das cores em amores vi o grito.
Vi em seus olhos o conhecido brilho.
Vi em teu corpo a marca do bom filho,
E em tuas mãos sentido todo o infinito.

Já o sabia, já em ti vivia,
o sorriso de toda e qualquer alegria.
E ri, chorei, no sempre que te amei.
E não-menti, em verdade, em vereda não te enganei.

Da alva, da calma, elevei-me a alma.
Cingi tua fronte. Na lapela a nova-rosa,
Jovial da moçoila-aborosa, minha amorosa.
Do tudo em meu - nada - do colorir d'alma.

Nem antes supus, e depois a ti compus
Serena serenata, tão bem cantada.
Frangalhos - jamais! Tua rainha coroada.
Tua graça soberbada daquilo que propus.

Wednesday 12 August 2009

À deriva.

Sem uma única palavra a finalizar, eu perguntei: "Haveria sinceridade nas palavras à deriva?"

Foi como tocar na mais escondida ferida. Foi como me perder na mais obscura esquina.

Sem uma única palavra a iniciar, eu me acomodei, e aquela resposta bem dei: "Haveria sinceridade no olhar de quem ama?"

E todas as outras calaram-se, dentro de mim.

Friday 17 July 2009

Sorriso.

Se tu soubesses o quão bem fazes a mim quando estás a sorrir, sorririas mais.
Se tu soubesses o quão divino tu o és quando estás apenas a me observar, o farias mais.
Se tu soubesses o quanto já possuis de minha alma, ficarias comigo bem mais.

Poderia dos desejos querer
Poderia deles todo o teu Amor reter
Sabendo que não haveria de ser
Não haveria verdade nesse ter

Mas há o divino, há aquele que brilha
e aquela que não mais vive numa ilha.
Mas há a verdade, há a mais pura sinceridade
no olhar teu, no sorrir meu - somos Eternidade.

Um único, em uno, seres.
Um único, em uno, cores.
Um único, em uno, amores.
Em jardim de mundo, serei tuas flores.

Monday 13 July 2009

Querer.

Queria eu um amor,
queria antes saber amar.
E com coragem enfrentar teu bravo mar,
desse teu olhar sempre a impor:

"Venha a mim,
venha para não mais ter fim.
Venha a ser,
o meu único bem-querer."

Thursday 18 June 2009

Tu es ma fille, ma petite lily, et je suis votre protecteur, votre petit oiseau-mouche.

Thursday 11 June 2009

Um mundo nosso.

Isso! Faça-me sorrir como se esse fosse o Dia, sabe? Aquele que não tem medida e nem peso, é leve e particular, etéreo e elemental.

Sunday 31 May 2009

Mês.

Olha bem aí,
é o novo mês
todo de amor cortês.
Olha bem por lá,
que nunca mais sabiá
em teu encalço cantará.

Friday 29 May 2009

Nada, que não é, ama.

Sunday 24 May 2009

(re)voada

E eu sempre irei, sempre àquele carvalho vigoroso eu retornarei. Passando por entre as vagas lagoas de cada um dos tempos infindos de uma vida curta em longametragem, re-conhecendo que ainda sou minha e de tantos outros, mas no fim sem-fim de cada uma das histórias-alegorias eu chegarei sempre ao ponto de transtorno que não passa da mais fria indiferença - como naquelas vezes que se chora só por chorar. Que todos os dias das minhas longas noites do infinito azul em breu já enche-se com a revoada, com a nova vinda dos meus brihos-estrelas. Que já sou eles. Pulverizando-se em chuvas prateadas e incorpóreas. Existinto no (des)existir diário.

Wednesday 20 May 2009

E a menina não passa de novo narciso, o reflexo de um espelho.

Saturday 16 May 2009

Não estou lá! (parte I)

Nem por um breve momento deveria estar, pois trata-se de algo tão mais superior a qualquer definição barata do dito 'caos'. Trata-se para além de qualquer imagem figurada do 'cosmo'. Afinal sou eu mesmo, sempre fui eu mesmo, claro que com meus dias loucos de neurótico-hermético e aqueles variáveis surtos da onipotência-esquizofrênica - sempre o mesmo que me assombrou por anos.

Provavelmente será meu tipo de assombração diária, o maior medo do desconhecido de si. Sabe, sempre fui temerário quanto ao passado - dedicando dias sem fim para nele pensar e dele falar. É incrível a variedade das mudanças de medo. Por uma hora é o rato que com sua pequenez assusta, e na outra é a sonora trovoada que prescreve uma súbita tempestade - sim, um medo daquilo que não vejo, mas que talvez seja o que mais conheço, o senhor - meu próprio futuro.

Que quanto mais quisesse, poderia deixar os dedos enrijecerem e tornarem-se os mais roxos, só para sentir a verdade do falar "estou com frio". Entre todos os meus disparates tão meus quanto teus, eu sempre senti a ausência da essência de cada palavra e de cada frase - ausência daquilo que supostamente deveria tornar tudo significante, ou, ao menos, próximo a isso. Mas não chega nem a ser uma pincelada de um desejo tão audacioso, escrito apenas nas entrelinhas escuras da minha própria imaginação.

No fim, os dias e todas essas idolatrices, quanto ao tempo, poderiam implodir-se e tornarem-se algo de nada sem nenhuma chance de retornarem, que eu nem me importaria.

Não me daria ao trabalho de importunar-me por nenhuma discussão lógica de política ou de sociedade, pois isso não existe, nem nunca existiu. São apenas surdos surtos momentâneos de um pensar mais liberto que o voar calmo de qualquer inseto, porém sem a leveza do bater de asas de uma borboleta.

Que eu também poderia estar gritando essas idéias pela rua ou simplesmente respondendo a algum conjunto estúpido de perguntas, mas, eu bem que agradeço aos céus de minhas musas, por possuir alguma criatividade e simplesmente escrever - sem me perguntar como divulgar ou como esconder. A graça e a honra, para mim, dão-se apenas no ato tresloucado de rabiscar esses amontoadinhos de coisas.

Pois bem vejo meu sangue jorrar por entre os veios das diretrizes esquisitas, que tantos tentam me fazer acreditar.

Sinceridade: a estupidez está cada vez maior, pois se não estivesse, já teriam parado de me perturbar com supostos padrões, aos quais deveria vir a me adequar, não fui feito para aturar milhões de pessoas que nunca virão a me conhecer, quererem em minha vida e no meu pensar mandarem.

Não estou lá! (parte II)

Que não importa muito quem fui, e duvido que quem serei também possua algum tipo de importância. Afinal dentro do meu próprio espírito, aquilo que mais me conquista e mais pulsa vivo - não trata-se de um coração puramente -, mas sim, do que eu seu, esse espírito errante que passeia nos prados sorvendo o máximo do ar que puder, e, acima de tudo-qualquer, o espírito inebriado pelo passear do vento em seus-meus cabelos majestosamente já bagunçados. E no fim qualquer dos meus sonhos, até os mais escabrosos, eu finalizo com um sorriso penetrante em meus lábios.

Sou, como nunca antes e nunca depois, o pincelador da cor, do ato, e do sentir. Da tranqüilidade de cada devaneio que já veio a consumir uma alma humana andante. Que sinto e possuo em meu interior cada parte de cada um, talvez eu seja todos, talvez seja um - ainda sendo nenhum... Mas sei que por hoje sou bem eu, sou aquele que acredita em si e se perde entre as minúcias das poeiras estelares.

Entre(mentes) quem me dera ser amada, mesmo que por um vago momento, com a essência de uma alma, com uma vitalidade repleta de sentimento, pois bem sei que seria apenas assim que eu me sentiria capaz e segura para deixar acontecer, já que sou possuidora de uma mente que perturba-se facilmente. Na realidade, e da maneira mais sincera, sinto como uma chama que arde em meu peito, a vontade de poder me dedicar ao Amor, àquele Amor que jamais abandonaria os confins do meu universo. Quem me dera poder expressar com todos os sopros de vida que me condenarão a morrer de corpo, as palavras sem sons e sem grafias, que pipocam e pululam por entre cada qual das minhas células, que vagueiam mais rápidas que qualquer impulso elétrico, desses que transmitem informações, pois é no Amor que tudo se dá, nesse que já falei que eu sou.

E por mais que digam, por mais que eu diga, bem aqui em algum espaço imutável, eu sei que sinto aquilo que domina a sensação de todos que se aproximam. Sei que quando desejo, e quero, transformo-me em alguém radiante, espontâneo e expressivo. Sim, ainda declaro com muita convicção, que são por entre(atos) daquilo que parece estar escrito, que eu me encontro. Como um presente único, que se tornou imutável, me modifico cada milésimo do tempo humano, para algo que sempre fui. Realmente não me transformo, mas me descubro em mim e em cada um, mesmo naqueles que só observo nos meus caminhos.

Diversas vezes posso parecer um todo que fantasia e que não passa de um sonhador perdido em si e em suas expectativas. Porém, não chegam e nem devem chegar a conhecer o suficiente para entenderem minhas visões, entenderem meus ideais de afeição a qualquer sentir que transpasse uma mal feita definição. Não tenho em nenhuma das minhas lembranças, nem em local algum da minha memória uma vertente de mentira, ou uma vertente para fantasias-ilusórias; pois acredito em tudo, naquilo que sinto e que me toma de qualquer delírio dito como real.

Para mim, Amor não é nenhuma definição, nem o mais sensitivo dos poetas poderia ter aproximado-se do que ele é. No fim, não sinto dor, palavras tão bem desconhecidas, eu sinto e vivo em eternidade de Dor, pois ela sim se aplica em cada um dos meus feitios.

E nem de longe ou de perto, suponho que eu seja um poeta ou que me aproxime de algum, pois isso é apenas mais uma palavra variável de contexto para contexto, do pessoal para o impessoal. Eu acredito no credo e na reza do Ser Poeta. Acredito na capacidade de sentir intrínseca à minha pele física e à minha película espiritual em cada uma das supostas palavras e daquilo que não ganhou uma banal definição. E é por meio disto que me expresso. É entre isto que eu sempre estou a viver. Sou Torpor, sou Mentira, sou Verdade, sou aquilo que me sentir. E sou isto ou aquilo na maior das minhas profusões. Sou a introspecção mais viva e mais morta.

Qual busca pelo sentido da vida gera o vazio e o vago, posso me ver como o pincel de uma Esperança ou de uma sorte, sou na verdadeira essência o que mais precisarem que eu venha a ser.

As questões, por hoje, giram em torno de um Acreditar ou de um Desacreditar. Para quê? Eu ainda não sei, nem quero saber. Sou os mistérios em suas aberturas, que dão o mais verdadeiro sabor de saber que posso ter lá minhas valias, tal qualquer outro, tal qualquer um.
(-nenhum)
Enfim: Não estou lá!

Tuesday 12 May 2009

Espelhai-vos!

Estar em dois mundos sendo um.
Te olhando nos olhos sem te ver,
carregando-te junto a outros em meu ser.

De fato, de ato, mais um eu que mato.
Mais de um novo formar-se é entre-ato,
que já foi do pai, da mãe e do mundo a dor do infinito parto.

Era a verdade tua, dele e de outro,
- Outro - mais um criado monstro.
Pois que já finda em início o novo encontro.

E a alma de mim o que seria?
E quem os brilhos a mim cederia?

Já não era mais o que de hoje em ontem faria.

- Eu gosto de sentir a vida!

Foram as palavras do seu nascimento em ida,
foram as mudanças-andanças de todo viver-corrida.

Sendo perdido e mais um pouco querido.
- Desejos de nova gente - novo Eu sumido.
Novo homem de nova mulher, bem-vindo.

É mais um passeio pelas entrelinhas,
mais brilhos-desejos de sonhos-estrelinhas:
Estar em pulverizar de mundos, sendo nenhum.

Sunday 10 May 2009

Dai-me a vida dia-a-dia.

Que vim já sendo amada, que vim já sendo desejada. Cantada (en)cantada, do ventre em cálice de uma mulher. Das mais profundas peculiaridades formei-me como sou, formei-me como haveria de ser. Transformando-me dia-a-dia, vendo no olhar esverdeado do mais azul o 'eu te amo' de todo dia. Sabendo que teria bem ali todo o apoio para enfrentar o mundo de fora, e para construir o de dentro.

Perfeita, sem rabiscos de ajeitar ali ou acolá. Simplesmente sendo a dona de duas vidas, sendo meu grilo falante a cada menor instante. Ela que é a flor-lírio que faz-me querer ser mais, que me abraça com uma simples palavra. Em lágrimas de sorrisos em cada vitória de perder e a nada aparentemente ganhar.

Das brigas já esquecidas, das maculas tão já limpas, foi bem ela tão bela a parar seus sonhos para filiar-se aos meus. Ah! Meu bem, meu amor, que comigo já foi aos mais altos céus, longínquos e etéreos, e comigo já desceu às profundezas de meu desespero.

Complexo. Simples. Delicado e incontestável.
Amor de mãe.

Friday 8 May 2009

O Criar-se.

Que não era nada, nunca fora nada, nem vir-a-ser será o nada. Mas que brilha, e como brilha. É um nada que resplandesce. Um nada que pulsa de outro nada que não se torna. O nada que em respira.

Nada que suspira. Nada que já foi ferida. Nada do hoje que fora agora, nada do depois do que há lá fora.

E ele vai e volta, nada se move, nada que cria, ao nada retorna. Foi ainda ontem no meu hoje estrela de nada gostar, nada a amar, nada que sorri por te ver passar. Não era o nada, não-nada que em tudo torna-se e escolhe-te.

O nada de mim descobre e do outro encobre. Do rosto em resto do nada em fim. Explica então nada de mim qual a mentira que a tal nada chega e crava-se, finca-se em desejo?

Nada abre, nada fecha. Nada é chaga, e é perfume. Nada em segredo. Nada do crer.

Ah! Meu nada a saber, tudo por nada.

Thursday 7 May 2009

um nada

Juro.
Era assim que começava cada novo pontinho de tinta esparramado sobre o pergaminho. Era assim que ia ganhando vida cada mínimo instante daquela alma a tanto perdida. Mas era acima de tudo assim que em um dia de noite qualquer pela madrugada de uma manhã de outrem que a bela criança se refazia de fita em fita e ganhava no emaranhado bolo de cores aquele singelo-delicado florei de um borrão, chamado bem-querer.E cada dia novo de noite, era mais que um sopro de uma brisa a bagunçar-lhe as mechas negras, era mais que o luar a embelezar os olhos azuis-vítreos, e domar a cada movimento dos flocos de neve a cairem o coração daquela que dizia amar.

Prometo.
Seria o meio mais curto de alcançá-la e por mais que um instante declarar-se. Seria ainda que fosse por pouquíssimo não-tempo a falta de juízo de um lunático perdido a caminho da quinta curva direta para o sol. Mas acima de tudo seria aquela verdade-não-dita que sobe pelo voluptoso desejo de ansear que o mundo se acabe e deixar a vida correr omo correnteza-riacho direto para o escaldante mar-desejo, e ali se perder de beijo em beijo.E cada dia novo de noite, seria mais que os abraços indolentes os toques frenéticos de um amor díspare e incauto, seria muito mais que o frescor de uma maresia que passei por sobre o deserto da alma-sem-remorso, e vai assim seguindo via amanhecer-madrugada até aquele dos olhos-vítreos declamando pelo norte de um sul fugido, era a graça-garça que voa para perto dela, era graça-garça de amor-menino.

Sou a amar.
É assim que cada mês de um ano sem medida que ela-ele, os dois como um, na bolha de sabao intocada permanecem a cada instante a cada flúvio de chuva que insiste em correr apenas no plúvio das lágrimas da mãe-moça que teve a filha tirada de súbito. É assim que quero a todo mínimo-cortês rompante, que ele tome pela minha mão todo o meu ser. É acima de tudo assim que eu quero um grande amor, e que ela vá até mim como borboleta-flor-em-flor se encaminha dia-a-dia para seu fim derradeiro da dança de harmonia entre as melodias dos sons-lembranças de outra vida passageira.

Sim.
Busca do eterno-infinito,
do espectro que eu tanto insisto.

Não.
Abandono da maravilha céu-lar
que em novo fim me trará o iniciar.

Sempre.
Das desgraças que tomam-me assim,
eu saiba que não-nunca há enfim.

Talvez.
É assim que vou conquistando,
é assim que deva eu estar amando.

Ele.
Que já ganhou, já se tornou o cativo
da minha alma-coração, cada vez mais vivo.

Nós.
Duplos ensadecidos da volúpia de um paraíso,
dos entre lírios, dos melindres-sorriso.

E é a cada novo dia de noite é entre os amassos que eu me deixo ficar. E é a cada novo dia de noite que eu peço a Deus-dará que jamais tente me roubar da delicatesse que tornou-se o rubor que as minhas faces de lua-temperal ganham a cada toque de lábios sobre a pele da pétala-em-flor. E é assim acima de tudo, que eu vou abandonar-me agora e para alem, que o ontem já esqueci, só me vale esse vivo-sem-tempo perdido e comedido. Amor que é.

Wednesday 6 May 2009

Rebento.

Soaram ao longe, desde antes,
os sinos bem vindos do renegado.
Soaram como nova vida, ecoando
o curto amor de tantos amantes.

Pois já era nova vida, novo rebento
de tantos perfumes, jogados ao vento.
Vasto e abençoado fora tal momento.

Reçoando estavam já pululantes
aqueles esquecidos dias, que já fugira.
Era ao relento daquilo que previra
no longo infindo, amor de dantes.

Menino homem da moça menina,
de todo em toda sempre pequenina.
Acaba e volta, retorna a do coração, Inquilina

Saturday 2 May 2009

Noites de Outubro. (parte II)

E o Sol ia caindo, e aquele seu olhar já me ia vindo com seu movimentar de maré, naquelas ondas que mais uma vez iriam me tomar. E o eu e você, no nós dois, à meia luz, do encontro dos enamorados lunares e solares movimentares. Mais uma canção que a nossa iria cantar.
Fui-me ao encontro daquela já esperando ser mais funesta a tal nova tentativa. Fui ao modo galante de quem vai conquistar a conquistadora. Fui ao modo do balanço em gingado de um bambolear, de quem na corda bamba sabe se equilibrar. Na lapela o fidalgoso cravo púrpura. Ao encontro da beleza que ao meu sorriso enchesse de graça. E me veio o olhar-espera e me veio com aquele ar maroto de quem vai adiar, de quem vai torturar. E veio o movimento de mais um sim cauteloso, veio e se foi sem dar-se ao luxo de fazer-se. E fui, fui continuamente no passo certo, no concreto do mais abstrato devaneio de vir-a-ser. E pelo braço alvo daquela candura juvenil sussurrei-lhe no ouvido: “A tortura de um silêncio poderia levar a loucura ou a maior das genialidades, qual seria pior?”

Quem mais me diria se não eu qual esperta era Minha Maria. Qual ávida era Minha Maria. A Dona de Si era a Minha Maria.

E no sorriso seu, veio-me por entre os dentes o néctar que haveria de deixar-me inebriar, tornar-me-ia o bêbado equilibrista, de todo aquele “Pois haveriam de ser ambos se o desejo pulsante for negado.”
E eu bem já não mais sabia qual seria o novo impulso a me tomar, aquilo que não queria já me era desconhecido e o que queria já a muito havia se tornado infinito. E só esperava aquela vinda, aquele rodopiar do vestido vermelho-rodado. E ela veio ao passo da música, veio como a estrela divina da dúvida-nenhuma. Pegou-me a mão, afagou-me o rosto e levou-me, levou-me pelo mais dourado campo de narcisos que haviam de ser seus perfumados cabelos, seus adoráveis trigais já não o eram. A banhar-me nos mares e lagos de todo aquele azul que diziam já somos o nosso casar. E ela me vira, me perfuma e me arruma, e apenas a gota do seu desejo me despeja na face com aquele beijo daquele olhar que me faz incendiar.
Maria me diz com cada carícia, com cada toque daquelas mãozinhas a surrupiarem a minha e em sua face as colocarem, que é minha. Ela sabia como deveria me conquistar, mas ela sabia que não iria me ganhar. Um lutar de quem sabe que o outro também conquista. Luta de quem já foi jogado nas arenas, jogado aos risos de tantas hienas, que já disse o homem de outros tempos infinitos que do coração do poeta ninguém haverá de ser o domador.
Era jogo, era graça. E agora eu vou perguntar, vou a ela para meus braços levar e quero ver quem ainda vai trair. E só eu sei quanto Amor eu guardei, sem jamais saber que ele seria só para você. E só haveria de ser com você que o libertino se deixaria cair. E você só haveria de entregar-se a mim. Que haveria de fim de ser de um homem.
Era o jogo da sombra e da luz, era a dança do mover-se em infinito.

Maria era estrela, era grande, era super-nova constância. E eu era azul, era complexo, era conservado e estável, era quem a tantas já havia tocado. Maria ganhava a conquista, e a retinha, mas não a possuía. Maria e seu ver não material.

Caímos.
Jorramos.
Flutuamos.
E nos deliciamos. Com o conhecer daquela aurora boreal, daquele momento que faz renascer o furor de faces já gélidas. Se não fosse assim não haveria ainda de ser amor.
“Você que é bonita demais, essa que me deixa encontrar a minha dita paz, essa que a muito já nem pensaria existir resquício. Deixe-me morar por entre o relvado, deixe-me em teus beijos deliciar-me mais e mais.” E ela riu, riu aquele riso gostoso de quem faz festa, riu como se soubesse ter me ganhado mais que eu a ela. Maria e sua esperteza me frustravam, me provocavam a autodestruição. Como haveria de não ser? Ela era sabida, ela era espírito livre.

Maria era vento que vem em brisa que te cobre de carícia. Maria é aquela do olhar que dá flechada e que se torna furacão e você fica perdido no olho dele, na calmaria de momento, e ela se move e ela te arrasa, te abate e te ergue. Maria te faz ser vida.

“Precipitar. Sabe defini-la?” E ela me pegava de novo pelo pé, me derrubava no pulo. “É o não buscar nova arte, é o esquecer do engenho, e deixar o mal-amor te tomar.”, sussurrei esperando pelo fim, sussurrei como se não houvesse volta, sussurrei esquecendo que Amor é verbo infinito, que chega para dar o quem mais ninguém deu.
“Eu ainda quero minha casa no campo, ainda quero me ver para além do mar e nele. Quero poder reter-me na substância essencial de toda a vida. Quero haver em Iemanjá e em Maria Madalena. E quero te pegar pela mão e poder caminhar por sob as nuvens do resplandecente alvorecer. Eu só quero por mais uma noite adentro me perder pelas carícias de teu corpo-ser.” Veio ela para mim na noite que haveria de ser o fim.

Maria é a rapariga que toda noite me afaga os cabelos, aquela que me deixa afagar os seus e deixar que eles me levem para meus campos de narcisos. Maria é aquela que está aqui, lá e em todo lugar, em todos os dias de noites. É a malícia da libido, é quem cuida de mim. Maria é a virgem deflorada pelo homem que não a queria simplesmente deflorar, mas vê-la jorrar, na certeza de ambos serem Homem e Mulher, na certeza do vir-a-ser um corpo só de duas almas revoltas.

Noites de Outubro. (parte I)

Ê Maria, já de longe mais uma dessas tantas Marias, esse nomezinho dos mais comuns, dos mais sem açúcar. Ê Maria, mais uma dessas raparigas que não tem ginga. Ê Maria, já é a terceira dessa marca estelar no céu invernal.

E poderia parar por aí, poderia fingir que nunca a havia visto realmente, apenas aquela olhadela sutil de quem passa pela rua e deparasse com alguém que de um modo ou de outro chama atenção. Algo rápido e sem grande delonga. Mas para variar, tinha que ter o diferencial naquela ali, um diferencial ausente da percepção diária. Já que aquela Maria foi A Maria.

Maria era a virgem formosa dos cabelos dourados, aquela tão bem querida por tantos, a moça flor-de-cerejeira. Maria era a obscura dama da noite, era a mulher de vermelho a arrancar os suspiros de tanta gente fina – ela sabia aonde ir e o que fazer para conseguir aquilo que queria. Maria era a margem paradoxal de um mesmo ser, era a flor-viva de amor e era a marca das condenadas – simplesmente era jovem Flor de Lis.

E poderia por aí convergir a tantos herméticos limites do corpo e da mente, mas que não haveria de ser assim. Não haveria de me atrair por tal ser se eu não o fosse um pouco. Éramos ambos sérios, ambos assim singelos e perspicazes. Aqueles que procuram sem o real procurar quem o vá agüentar por longo tempo sem tempo. Talvez quiséssemos apenas uma casa no campo – talvez quiséssemos ser o campo.
Mas que a morte já havia tomado grande parte daquela face, Maria e sua palidez de moça notívaga, moça noturna que se perde nas estrelas, moça que é mais que o perder-se entre elas – moça que é estrela. E havia mesmo assim toda aquela vida que movia o seu entorno, toda a vida que me fazia por ela tornar-se correnteza meu desejo-nascente.
Era a noite mais profana, a mais santa. O desaguar do sangue rubro das veias insanas da vida que não mais sem ela haveria de persistir. Era na noite daquele meu Outubro, era no cantarolar do silêncio que me perdia, nas andanças por ruas vazias. Eu já sabia onde haveria de vê-la. E ela já me esperava, pois eu não era mais um dos tantos Joãos que por ela passara. Eu era Francisco, eu era Pedro, era Pablo e era André, era quem ela quiser.
“Espera”, ela me diz com aquele único olhar. Era a chance do negócio do ‘viver sem mim’ ser abandonado, esquecido em alguma viela. “Claro minha dama”, só a isso pude restringir a profundeza do Deus-Amor que me batia à porta do coração, esse que não era mais um ilusório Tum-tum-tum, que não era mais o falso passo-compasso, era sim o bailar de um bolero, dos amantes em secreto.
E ela se foi, mais um findar de noite que saio na garoa, me entregando sem pensar aos rodopios do vento. Nessa saudade que existe e quem vem – tão triste. Meus olhos que se afagam com o chorar lamurioso, da falta de alguém tão meu não sendo. Pensando em Amor, pensando no respirar de mais uma Dor. E tu mesma me sopras ao ouvido a Esperança, me sopra aquele versar camoniano com o toque do atual. E me entreguei sem pensar a nova chance de um amanhã tão duradouro.

Maria era fogo. Era gelo. Maria era a música daquele moço vistoso - “Formosa não faz assim”. Maria era a graça de um cinema novo, daqueles que chegam modificam.

Nascemos. Às vezes crescemos, e certas vezes brilhamos.

Friday 1 May 2009

E o dia se findou com a maior esperança de futuro contínuo, com a maior certeza das cores do novo dia. Futuro, infindo. Bem-vindo ao meu infinito.

Tuesday 28 April 2009

Versar.

Arte de quem ama em não amor, de quem chora do pranto mais alegre e sorri da discórdia. Viva, composta, outrora imposta.

Que te amo bem amor,
que te louvo em cada novo horror.
Ah! Tão querido,
tão não bem vindo.

Que te quero em toda a dor,
que te guardo como mais divina flor.
Na rotina desmembrada,
uma ou outra já idealizada.

E já clamo, já a ti chamo,
louco de loucura insana:
Amor que tanto Amo.

Do verso que semeio,
Do verso que floresce.
Do verso que em tudo creio.

Monday 27 April 2009

Um mantra solene.

Porque me irrita o desapego com a verdade,
me destroça toda e qualquer sanidade.
Pois que sim, sou quem busca sumo da loucura,
essa ardente, em meio a chuva - da mais pura.

Aliança de falso mercador,
das jóias roubadas, da fuga em dor.

Sou perdida e inconstante na mão do salteador.
Sou fim de meio em começo de quem vive em Amor.

Rindo da cara de tão poucos,
desses falsos, encalços, não-loucos.
Rindo de riso do sorriso,
do maroto hermético não-mundo conciso.

Da aliança em mar rubra - É Sangue.
É pranto do todo(tolo) povo que exangue.

Sou jóia, sou roubo, sou brilho precioso em arrombo.
Sou quem fui, sem fim, não mais meio. Estrondo.

Friday 24 April 2009

Abra Alas!

Olhe quem vem, olhe quem passa. Teatro em uma janela.

-Abra Alas!

Olhe quem passa, olhe quem vem. É a vida mudando, é o homem transformando.

-Abra Alas!

Respire toda fala, respire tantos causos. Era Shakespeare, era Ibsen.

-Abra Alas!

Respire tantos causo, respire tantas falas. É música, é poema. É mais uma vida cantada.

-Abra Alas!

Que vem mais uma farra. Vem o bufão com suas traquinagens, essas tão natas malandragens.

-Abra Alas!

Que vem mais um choro. É tragédia, é tragi-comédia do prosaico viver.

-Abra Alas!

É briga, é luta de tantos egos. E arranca, e sangra, e a vida ao vento já emana.

-Abra Alas!

É apenas mais uma de tantas miscelâneas de tantas não-minhas janelas.

Sonhos!

São eles e aqueles que me carregam,
são eles e esses que me enternecem!
Do saber ao crer, tudo em si veneram,
e tudo ao outro, mais e mais, sorriem!

Sorriso doce de algodão doce,
sorriso meu tão teu, que floresce
Entre os lírios, entre todas as flores.

Ah! que já poderia a tantos amores
o sorriso mais belo ter cedido,
desses de sonho bem vindo.

Tuesday 21 April 2009

Do amor não se sabe.

Penso, logo existo?
Penso, logo me incompleto.
Quero completar-me sabendo que sou incompleta, com isso me completo.Eu vejo que vou mergulhar, vou deixar-me afogar nisso. Porque não é procurando ar fresco que verei um novo futuro, mas me esconderei em um passado.
E eu não vejo mais nada estático, não reparo mais no não-movimento, e nem olho para ele. No fim, sou ele, enfim, sou quem não se move.
Vagar por um rumo sem início e sem fim, em vórtice, em mudança de ciclo sem ser ciclo.
Em caminhos de terras vazias, em rostos sem vida, em uma vida que não pulsa. E as cores que diziam haver se esconderam na noite.
Sabe, acho que é preciso o brilho das estrelas para modificar tudo, é preciso dele para que se veja mesmo no escuro. Porque é ele que tem o mágico e estonteante poder ser a diferença, e transformar tudo a sua volta

Monday 20 April 2009

Mal do século?

Diga-me meu caro senhor,
o que por cá veio fazer?

Diga-me, pois então, doce meretriz,
por que tornou-se de meu desejo objeto?

Vês o sorriso de minha face?
Vês em meus olhos todo o brilho da malícia?

Pois que sim, desde dantes, dos horrores
e dos amores tu és a mais honrosa delícia!

Dai-me a mão, dai-me de teu corpo
os prazeres, que das jóias já me enfeito.

Faz-me rir, e da libido atiçar-me. Bem
sabes, que és meu veneno, mal de meu ser



E Fois, rompendo a luxúria!

Corrompendo toda e qualquer doçura!

E ris, dos melancólicos,

desses tolos tantas vezes bucólicos.

Thursday 16 April 2009

Acalanto.

Quem começa, quem inicia,
não é nem dantes quem finda.
Quem ama, quem por mim clama
muda e re-muda e no fim sempre é chama.

Abraço dos braços, desses agarros
dos raros, de meu e teus amarros.
Das mãos entrelaçadas abençoadas
em festa rebuliço das pessoas amadas.

Quem corre, é lágrima que escorre
que passa e embaça, com sorrir jamais concorre.
Que perde, nem impede,
o beijo que o olhar tanto pede.

Trama, em tantas e conquantas
já deixou-se carinho vir sem contas.
Mas ama, única, uma, a que emana
a calma, da alma que ela embala e não engana.

Thursday 9 April 2009

Outono.

As folhas caem, formam caminhos,
vastos jardins, secos, ocres, mortos.
Morte que vem, transforma-se em frio.
Morte que vem para trazer flores, vida.

Mostra no vento, simplicidade... Silêncio.
Doce murmúrio do vento, uni-se, doce,
ao canto das folhas, estas que se rompem.
Não há mais nada, és pura beleza!

Ao sentar-se sob o manto formado,
sentir a chuva cadavérica,
observe a vida que se movimenta...
Doce, doce clamor lúdico

Como que sentimento, invade.
Como que musa, inspira.
E fechando os olhos,
posso quase tocar, sentir e amar.

Amo a morte que trás,
na certeza de um novo início,
certeza que teu mal é meu bem.
Ah! És o Outono, passageiro.

Sunday 5 April 2009

Wine.


Que é por ele que meu ser pulsa em constância do inconstante,
perdendo os movimentos por saber que já somos nosso momento.
Que é por ele que meu eu exulta nas idas e vindas,
pois é ele que me faz sentir a mais linda.

Como que gritando pelos ventos,
apenas conhecendo os eventos,
eu sinto que não há mais sofrimento,
que contigo tudo já é sentimento.

Tu és aquele que me faz saber,
que existir não é apenas o tal Crer.
Tu és aquele que me faz sorrir
só por saber que não jamais vais partir.

E eu vou contigo para onde for,
vou contigo e todo o meu Amor.
E eu vou contigo para onde for,
vou decorando o caminho com toda-flor.

Contigo e em ti, não haveria de haver um medo.
Contigo e em ti, ganha mais cor todo o meu enredo.
Contigo e em ti, eu sei que sou sendo viva-flor.
Contigo e em ti, eu sei que supero qualquer dor.

E no sem-fim,
desse nosso mundo enfim,
eu grito, eu murmuro, eu clamo:
Pois tu és quem tanto amo.

Saturday 4 April 2009

Não:

Caminha por lá,
volta-se para cá.
Esquece! Já se vá.

Que a formosa te abandonou.
Que a bela já se transtornou.
E no fim ninguém te sobrou.

Sorrio, rindo;
sorrio tão bem fingindo.
Sorriso das cores que fui tingindo.

E paro, e penso.
Reparo, sem senso.
Amparo, e já esqueço.

De tudo que ficou no esquecimento,
de tudo a vir-a-ser sentimento.
Soprando, vagando, como que vento.

Vou, e fico.
Flutuo, e beatifico:
O mal do bem, do bem intrínseco.

Caminha por lá,
volta-se para cá.
Esquece! Já se vá.

Thursday 2 April 2009

I.

Que digo: Tu és rei!
Desse reinado Coração.
Que digo: Tu és tudo que sei!

Um abrigo, um amigo
sem nenhuma razão.

Um amar, um chorar
de todas as coisas que são.

Pois tu és rei!
Desse reinado Coração.
Pois tu és tudo que sei!

Em ciclo, consiso,
é em ti que vivo.

Em sopro disso:
Meu Eu! não sobrevivo.

Para longe de ti
sigo longe de mim,
desde que te vi partir.

Fui contigo sem fim.
Fui sempre te dizendo sim.

Sunday 29 March 2009

Mumpish.

Amei aqueles que não conheci.
Surgi do ventre de quem não vi.
E a todos sussurro que vivi.

Viajando por entre meus mares,
meus tão queridos olhares.

Amei a tantos que já me esqueci.
Sorri para poucos, pois temi.
E dos medos que tive, digo: sobrevivi.

Respirando das rosas os ares,
de alçar em vôo de todos meus lares.

E por assim que vai do não ao sim,
roupantes-turbilhões dentro de mim.
Talvez em jamais haja fim.

Thursday 26 March 2009

Olhos Meus.

Por dentro de olhos
vejo um imenso vazio,
como mar calmo,
algo tão vivo.
Que te penetra,
invade tua armadura.
E você vai se afogado,
em seus pensamentos,
mostrando aos olhos,
olhos que te vigiam,
todas as tuas verdades
sem poder conter
nem ao menos prever
a invasão dos olhos meus
na menina dos olhos teus.
Tua alma vem a tona,
brincar com a minha,
unindo uma a outra.
Agora, almas juntas
de olhos únicos.
No meu azul vivo
como que hipnose,
flutuas no infinito
da minha mente,
vendo teu rosto
marcado eternamente
na memória minha.
Mar azul de recordações,
vida que fica frágil.
Olhos de ressaca,
eles te prendem,
eles te invadem.
Olhos de maresia,
eles te acalmam,
eles te mostram.
Verdades e solidões,
minhas e tuas.
Infinito azul.
Perene, eterno.
Eles te invadem.

Tuesday 17 March 2009

Conto aos Ventos.

Caminho. Corro. Caminho. Corro.


E vou por assim dizer crescendo em transformações contínuas.

Bailando no valsar eterno da minha essência em alma. Da minha calma em agonia de dias em horas. Vou, sinceramente, desapegada do tempo-momento.

Dirigindo-me por esta ou aquela estradinha de terra, quem sabe ainda um caminho de ouriveres, mas não é isso que me fará ser quem sou, nem é isso que te mostrará quem sou. Existem lágrimas e existem sorrisos. Existem mágoas e existem felicidades Mas antes de todas elas-bobagens, existe a essência que mora diligentemente em correnteza que emana de cada molécula e não-molécula de um corpo, talvez, no estado mais pronfudo-profuso.

Essa dita, essa escondida.
É ela a minha escolhida.
Aquela que me faz, Querida:

Es
ncia.aicnêssE

Na rapidez de cachoeira ou na vagareza de água parada, não há com o que se perguntar. Bem ali, em incontestável-irrefutável verdade ou certeza, não importa a incerteza, já o sabes que mora ainda em mim.
Que o conhecer ou desconhecer de si em outro alguém não é mais que mágico-inconstante, mas muito além de inconstante-mágico.

Essa dita, essa de quem duvidas.
É ela que no fim sabe das idas,
E acredita mais ainda nas vindas:

AMOR.

Friday 6 March 2009

Quem morrerá contigo?



Morrer, intransitivo. Pois que sim, pessoas apenas morrem, não interessa muito como nem quando e nem onde. Elas morrem e acaba por aí, sem maiores delongas e frescuras.


Mas o que elas levam consigo?


Isso sempre foi peculiar de minha pessoa, desde meus mais tenros anos, nas minhas idas aos cemitérios de tantas vidas. Aqueles lugares tão organizados, tão milimetricamente perfeccionistas, e vivos. Sim, de alguma forma vivos. Deve-se tudo às visitas daqueles que choraram ou que ainda choram, daqueles que sorriram ou que ainda sorriem...

Na morte, vem outro tipo de vida. Posso não te ter comigo nesse físico absurdo sem realismo, mas posso me por contigo em qualquer lugar que você me levar. Talvez seja a força do pensar. Talvez seja a força do querer. Não há como me importar com isso, se meu sentir explicaria tudo com o fato de amar não morrer junto contigo. E tem dias que acredito apenas fortalecer.

E tem dias que eu acredito que morri ali contigo. Um pedaço de mim. Um resquício do que fui e você não gostava. Na certeza que não foi a parte que te amava que partiu. E você vai acabar por viver em tantos outros, teus causos serão os meus, e teus sonhos minhas mais verdadeiras histórias.

Não há quem morra contigo. Há apenas que eu morra em mim, e renasça em ti. E assim por diante com todos esses que vivem em mim. Sou, pois, como uma parede inteiramente branca, e vai assim, com o passar do tempo tornando-se mosaico, tornando-se obra de arte de vários artistas-amores.




Para além e depois, só me lembro deles. De um Romeo e de uma Juliet. E penso quantos deles já se movimentaram em movimento eterno que continua por esse mundo de universos tão vasto. E sinto em mim pulsar todos aqueles ,em suas imagens por mim feitas, eles que amo. Acreditem, os amo.

Thursday 5 March 2009

Vem a mim Amor.

Respira do meu ar,
respira dessa alma que só faz amar.
Retira do meu ser,
retira os versos que por ti vou escrever.

Rompeu da minha alma,
rompeu tudo e todos e te deixas como calma.

Largue, pois as estrelas.
Largue-as como se fossem besteiras.
Pois que do delas-brilhar,
te juro para sempre meu coração o irá guardar.

Que não me bastaria a conquista,
que não me bastaria alcançar o que tenho em vista.
Se tudo para mim,
tudo a teu lado jamais terá um derradeiro fim.

Rompeu da minha alma,
rompeu tudo e todos e te deixas como calma.

Respira do meu ar,
respira dessa alma que só faz amar.
Retira do meu ser,
retira os versos que por ti vou escrever.

Tuesday 3 March 2009

Ode ao vento.

Vento amigo
Vento irmão
Sozinho vagas

Observa a vida
Olha os enamorados
Observa o desespero

Tu és pobre de sentimento
És frio, como inverno
Mas vive, vivendo

Soprando pelos campos
Passando pelas árvores
Brincando com a primavera

Quando cansado do normal
Tenta chamar atenção
Tufões e seus irmãos

Escuto teu lamento
Como que um murmúrio
Triste, insano, vago

Como gostaria eu de acompanhar-te
Mesmo que por pouco tempo
Roçar sobre a face de quem passa
Brincar nas pétalas da flor

Carinhoso como és brisa
E sobre momentos torturantes
Forte como é o vento norte

Tu, mais que nobre
Vês as eras passares
Ligando o passado ao presente
É aquele perene, futuro

Carrega-me como tua noiva
Me leva, Me mostra
O azul do mar
O verde das florestas

Vem, toque-me
Acaricie a minha face
Mas não vá rápido
Deixe-me tocá-lo

Vamos juntos valsar
Como a flor com a borboleta
Com nossa transparência
Ver o que ninguém vê

Transpor a barreira do constante
Seremos metamorfoses, unidos
Tu e eu, como que brisa
Como que amor.

Thursday 26 February 2009

O Homem que nunca foi.

Alguém poderia bater até quebrar a mão naquela porta,
Alguém poderia entrar gritando jardim adentro,
Que ninguém responderia,
que nem mesmo um suspiro se ouviria.

Era a casa do Homem que nunca foi.
Era a moradia daquele que nunca fui.
Dos sonhos abandonados, dos sonhos arrancados.
Dos sorrisos jamais ocorridos, desses que não serão por ninguém vistos.

E lá está longe de seus não-planos,
perdido agora por entre mil e um anos.
Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me tiraram antes de outro oi.

Alguém poderia estar agora chorando aquele que perdi,
Alguém poderia agora estar sorrindo lembrando suas graças que eu vi.
Que não poderia recuperá-lo em vida,
que nem mesmo por um segundo o teria em vista.

É agora ali no escuro e no frio da terra que está.
É para sempre na minha memória flutuante que estará.
Fazendo suas brincadeiras, me dando seus abraços,
e comigo em seu colo estaremos em Deus-braços.

E lá está longe de seus não-planos,
perdido agora por entre mil e um anos.
Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me tiraram antes de outro oi.

Alguém que não foi o que poderia ter sido,
Alguém que será em eternidade o que muitos desejariam.
Que não há mais para onde fugir,
que não há mais uma boca para me sorrir.

Será bem aqui pulsante que se manterá,
podendo ser o que for, crescendo na medida que for.
Ele é o Homem que eu quero ser.
Ele é o melhor amigo de um sorriso que apenas quer ser.

E lá está longe de seus não-planos,
perdido agora por entre mil e um anos.
Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me tiraram antes de outro oi.

Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me ganhou no oi.
Ele é aquele sentado na Terra que nunca fui.
Ele é aquele dos Sonhos que nunca foram.
Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me ganhou no oi.

E ninguém sabe o que acaba perdendo,
dizendo que apenas está a isso ou a aquilo querendo.
E ninguém sabe o que está ganhando,
deixando que o sorriso brote por estar amando.

Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me ganhou no oi.
Ele é aquele sentado na Terra que nunca fui.
Ele é aquele dos Sonhos que nunca foram.
Ele é realmente o Homem que nunca foi.
Ele é o amigo que me ganhou no oi.


...E um pouco dele está em cada nós, desde antes e desde agora, e fluirá de nós para tantos outros. E ele se manterá, meu Homem que nunca foi...

Tuesday 17 February 2009

Outro, pois que não!

Não há vida, nem instinto,
sem aquele para o qual não minto,
sem aquele para o qual destina-se tudo que sinto.

Não há instante,nem momento,
sem aquele que tornou-se meu maior intento,
aquele único que comigo já é vento.

Pois havia de ser ele.
Pois havia eu de pertencer àquele:

Que meu coração roubou.
Que nele entrou,
escondeu-se e por lá me ganhou.

Pois por ele tenho - com gosto -
o espírito sempre a sorrir.

Pois por ele em meu rosto
lágrima-triste alguma, jamais brotou.

E sempre em mim habita, agora,
a certeza de por onde hei de ir.

Friday 13 February 2009

O treze de uma sexta em feira.

POIS QUE O SEJA –Cor do texto gritou esganiçadamente ao deparar-se com a horrenda luta interna de sua bipolaridade, cada dia mais freqüente.

Desacreditada em potencial quanto ao que poderia bater naquela face rósea de pele em verdade mais alva que o brilho de uma estrela, caminhava entre a poeira dos detritos-meteoros rumo ao rumor da mais longínqua e fugaz calda em cometa. No fundo bem acreditava que em si não havia de ser duas ou muitas, nem poucas, que sabia tratava-se inteiramente da totalidade sem par, totalidade da dita Alma, essa que por esses dias desde antes dominada fora por Eros.

PUDERA – a voz veio fatigada pela fibrilação de um coração pulsante nas três palavras de um já muito antigo amor Romeu-Julieta.

E quisera que fosse para sempre ela o sono, em sonho que embalava a calma que antes habitava naquele corpo inerte de gente que não mais vivia em vida de realidade, essa tão bem vista. Ponderando em si que não havia ponderação alguma, e o que se tornaria Eterno, ah, isso seria aquele passeio pelo jardim vida-cor pelas flores de amores, e seu orvalho-lágrima. E era assim que queria passar o resto de seus dias.

Que eu já sabia, era meu corpo estirado na porta da vida enquanto a viva-cor do olhar azulado de meus já não mais olhos alçara a tempos o vôo final para onde não há de haver, a não-existência de continuidade. A Eterna.



...maravilhada ou não foi assim que entrou na tão supervalorizada maioridade de mais um dia de vida vivenciada...

Thursday 5 February 2009

Vivia? Não mais.

Quando nasci, Ah! Eu fui tida de primeira impressão um desses seres mais singelos e, por todos os pontos de vista, mais delicado que a flor de jasmim que floresce e que deve ser colhida antes do amanhecer para ter seu cheiro conservado. Muito se enganaram esses loucos-lunáticos sem vida, pois eu, Ah! Sou muito além dessas coisas tão pequenas e sou muito alem dessas mentiras mal contadas de pais para filhos.

Eu fui crescendo e me fortalecendo em cada um dos meus rumores, em cada um dos meus dizeres! E FUI EU, apenas eu! Que mantive vívida na memória a frustrante atitude de tentarem me interromper, de tentarem me impedir de realizar os meus maiores desejos de uma sonhadora perdida no vago espaço do tempo infinito.

Acredite em mim! Acredite nesse falatório moderado de um mero ser humano sem vida de fato, que apenas por mais um dia queria poder declamar ao grandioso poeta esquecido nas entrelinhas e nas esquinas de pensamentos vividos apenas na minha imaginação a verdade sobre o que é o Sentir! Sobre esse paradoxo de antítese que denomina-se Amar!
E eu viro o Maestro-motivo! Viro o canto do rouxinol e pouco mais me transformo no Pitassilgo que alça vôo para alem de um horizonte circular que você certo dia abandonou ao descaso da memória sem lembranças de um perdedor qualquer.



VOCÊ ME ACUSA! Você tenta isto ao menos, por certo momento! VOCÊ! Na sua estúpida vivência sem capacidades de modificar algo para o prazer de outro, ah! Sou eu que tento agora trazer confiança a qualquer alma para que se mantenha firme em algum sorriso sincero de brilho memorável...

SOU EU! Que trago no olhar a última lágrima de desespero de um povo que a muito foi perdido em si mesmo, e que a muito deixou marcado nas pedras históricas a sua despedida de amor – O NOSSO EPITÁFIO; pois de uma hora para outra nós viramos ambos um único ser único, CONTRADITÓRIO.



Eu fui me deixando cair nas minhas criatividades infindas a paixão que eu mais pedi ao Céus, a paixão sem dor de um coração que não pulsa mais. SIM! É bem esse o caminho que eu segui em um momento que eu não acreditei mais poder em mim ficar guardado o louvor de quem chorou por um amor e que sofreu loucamente e até arrancou os cabelos por um Amor!

Me deixei cair nesse caminho. Me deixei até pular da ponte das águas mais cristalinas da pálida garoa, da chuva das lágrimas de quem já se perdeu dentro de si. Me joguei! ME ATIREI! Fui bem eu, aquele que MATEI.

E junto veio ao quadrado de toda qualidade-defeituosa encaminhou-se ao meu lado aquele que me fez chegar ao ponto que cheguei. TOLO! TOLO É VOCÊ! Que não passa de mim mesma, segue o caminho que tomei, e se deixa no mesmo ponto que me deixei. E POR QUÊ?

Por outra, que te pega pela mão e com um afago vingou-me.

Sunday 1 February 2009

Estrelas são gostares de brilho eterno.

Aliterar-se

Sabia, sabendo que teu tempo esgotara,
Esgotando-se ao encontro do mar,
Dos braços-afagos do teu ser a sonhar.
Fora bem assim que se perdera.

No uivo a uivar de vento
A redemoinho de não-momento
Que só queria o jovem corpo,
Por mais que fosse um pouco.

Que era ela a nova aurora,
O florescer de sua alma outrora.
Que é por ela que ele espera lá fora.

Havia, havendo as novas cores
Essas que em sempre o alegrará,
De tudo em todas os amores
Que só nela sempre será.

No tempo em passatempo de viva flor
Que ali-outrora apenas era botão-furor
Da jovem moça ao gentil libertino.
Que fosse, que seja, meu e teu destino.

Venceu, vencendo os fortes
Dos rios, dos fins - impaces -
Os fracos não subjulgados às mortes
- Essas que os encaravam face a face.

No gosto de algum gostar infinito,
Desses assim tão para alem de bonito.
No gesto, na vida de alguém
- na vida do meu Alguém.

Que era ela a nova aurora,
O florescer de sua alma outrora.
Que é por ela que ele espera lá fora.

Amando e chorando,
assim sempre, assim perpetuando
a verdade sobre estar amando.

Que era ela a nova aurora,
O florescer de sua alma outrora.
Que é por ela que ele espera lá fora.

Friday 30 January 2009

vinte e sete

Quem sois tu, ó alma?
Quem sois para tanto
que assim rouba-me por encanto,
me leva me atrai, torna a ti minha calma?

Quem sois que vens,
sem pedir,
nem de longe, mas antes, sempre a sorrir?
Tu! Que agora meu coração tens.

Quem sois tu, ó alma?
Quem sois para me amar,
e assim perto de ti me levar?
"Bem sabes, sou tua calma."

Bem sei que é s a falta sem fim,
que és desde antes tudo para mim.
Bem sei que és o meu guiar.

Antes, outrora - o dito amar.
Que és minha calma,
que já sou tua alma.

Tuesday 27 January 2009

definição

Eu realmente nunca soube escrever e sinceramente duvido que um dia venha a aprender. O que faço é muito mais simples, mas nunca será descaso, parece-se mais com uma vida em prantos, banhada por um mar de sorrisos.

Saturday 24 January 2009

Tortilhas e mostarda.

Ah! A tontura do tonto não existe na infinitude da melancolia de um sofredor ausente de si mesmo, afinal, como poderia se este último nem sabe de si mesmo, assim como curar-se de algo jamais dito como aflitivo ou avassalador, não a possibilidade de tal feito em defeito ser transposto ao lado ou ao contrário.


Mas que o seja, não é assim que deve ser tida a sensatez infausta de minha mente que cantarola como papagaio após o alçar em voar de um pássaro-avião. É algo mais próximo a estupidez da fixa forma nomeada rude.


E tudo acaba por aí.
Ou volta.
Mas sempre em nunca some.

Sunday 18 January 2009

Volta.

Em quantos caminhos uma alma entrecortada pode encontrar-se espalhada em espelhos sem reflexos de um narciso?
Que eu não saiba é uma razão sem par, sem nem um dispare a tentar algum tipo de controle. Que eu sei sabendo que virarei pó que serei carregada entre os ventos do meu mundo que não trata-se mais de algo único como o esperado de não-esperar, entre tantos involuntários dias sem nem ao menos uma gota de orvalho a besuntar meu rosto, que de cristais tornou-se.

Faz-me cair por terra
Faz-me seguir um rumo qualquer
Vou-me assim sem ver
Meu corpo que alguém enterra.
Trazendo-me a aurora
Trazendo-me a vida flor
Vou-me assim em meu outrora
em mais ou menos criar amor.
Seguindo a quem segue
O seguimento de quem negue
Que um dia ou outro foi
Que um dia ou outro oi.
Que sou em mim
Que sou sem fim
De meio e começo
Eu esqueço.
Os nomes, os dogmas,
as fortes, as mortes.
Do jorrar da fonte
da fraca possante
Do dia e da noite
da arte andante.
Contempladora
Espectadora
Da vida vivente
do som toante.
Sou
Sendo
Sabendo
que é o ar que vagueia
que é a corrente que serpenteia
me guia, me perde...
Um vínculo.

Thursday 1 January 2009

Ano, não, ovo - Novo (?)

Quê!

Era o grito abalante da noite de um suposto novo ano.

Ah!

Era o estrondo do coro de fogos pertubantes do tal novo ano.

Seja!

Era o vago pensar que transbordava no peito do não-tempo.

A N O
N o Ã
O a N
V o V
O V O