Saturday 16 May 2009

Não estou lá! (parte I)

Nem por um breve momento deveria estar, pois trata-se de algo tão mais superior a qualquer definição barata do dito 'caos'. Trata-se para além de qualquer imagem figurada do 'cosmo'. Afinal sou eu mesmo, sempre fui eu mesmo, claro que com meus dias loucos de neurótico-hermético e aqueles variáveis surtos da onipotência-esquizofrênica - sempre o mesmo que me assombrou por anos.

Provavelmente será meu tipo de assombração diária, o maior medo do desconhecido de si. Sabe, sempre fui temerário quanto ao passado - dedicando dias sem fim para nele pensar e dele falar. É incrível a variedade das mudanças de medo. Por uma hora é o rato que com sua pequenez assusta, e na outra é a sonora trovoada que prescreve uma súbita tempestade - sim, um medo daquilo que não vejo, mas que talvez seja o que mais conheço, o senhor - meu próprio futuro.

Que quanto mais quisesse, poderia deixar os dedos enrijecerem e tornarem-se os mais roxos, só para sentir a verdade do falar "estou com frio". Entre todos os meus disparates tão meus quanto teus, eu sempre senti a ausência da essência de cada palavra e de cada frase - ausência daquilo que supostamente deveria tornar tudo significante, ou, ao menos, próximo a isso. Mas não chega nem a ser uma pincelada de um desejo tão audacioso, escrito apenas nas entrelinhas escuras da minha própria imaginação.

No fim, os dias e todas essas idolatrices, quanto ao tempo, poderiam implodir-se e tornarem-se algo de nada sem nenhuma chance de retornarem, que eu nem me importaria.

Não me daria ao trabalho de importunar-me por nenhuma discussão lógica de política ou de sociedade, pois isso não existe, nem nunca existiu. São apenas surdos surtos momentâneos de um pensar mais liberto que o voar calmo de qualquer inseto, porém sem a leveza do bater de asas de uma borboleta.

Que eu também poderia estar gritando essas idéias pela rua ou simplesmente respondendo a algum conjunto estúpido de perguntas, mas, eu bem que agradeço aos céus de minhas musas, por possuir alguma criatividade e simplesmente escrever - sem me perguntar como divulgar ou como esconder. A graça e a honra, para mim, dão-se apenas no ato tresloucado de rabiscar esses amontoadinhos de coisas.

Pois bem vejo meu sangue jorrar por entre os veios das diretrizes esquisitas, que tantos tentam me fazer acreditar.

Sinceridade: a estupidez está cada vez maior, pois se não estivesse, já teriam parado de me perturbar com supostos padrões, aos quais deveria vir a me adequar, não fui feito para aturar milhões de pessoas que nunca virão a me conhecer, quererem em minha vida e no meu pensar mandarem.

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