Friday 8 May 2009

O Criar-se.

Que não era nada, nunca fora nada, nem vir-a-ser será o nada. Mas que brilha, e como brilha. É um nada que resplandesce. Um nada que pulsa de outro nada que não se torna. O nada que em respira.

Nada que suspira. Nada que já foi ferida. Nada do hoje que fora agora, nada do depois do que há lá fora.

E ele vai e volta, nada se move, nada que cria, ao nada retorna. Foi ainda ontem no meu hoje estrela de nada gostar, nada a amar, nada que sorri por te ver passar. Não era o nada, não-nada que em tudo torna-se e escolhe-te.

O nada de mim descobre e do outro encobre. Do rosto em resto do nada em fim. Explica então nada de mim qual a mentira que a tal nada chega e crava-se, finca-se em desejo?

Nada abre, nada fecha. Nada é chaga, e é perfume. Nada em segredo. Nada do crer.

Ah! Meu nada a saber, tudo por nada.

1 comment:

  1. Lembrei: "Você vai ter que morrer, para eu parar de sorrir"

    Nada é tão grandioso perto de um pequeno sorriso.

    ReplyDelete