Saturday 16 May 2009

Não estou lá! (parte II)

Que não importa muito quem fui, e duvido que quem serei também possua algum tipo de importância. Afinal dentro do meu próprio espírito, aquilo que mais me conquista e mais pulsa vivo - não trata-se de um coração puramente -, mas sim, do que eu seu, esse espírito errante que passeia nos prados sorvendo o máximo do ar que puder, e, acima de tudo-qualquer, o espírito inebriado pelo passear do vento em seus-meus cabelos majestosamente já bagunçados. E no fim qualquer dos meus sonhos, até os mais escabrosos, eu finalizo com um sorriso penetrante em meus lábios.

Sou, como nunca antes e nunca depois, o pincelador da cor, do ato, e do sentir. Da tranqüilidade de cada devaneio que já veio a consumir uma alma humana andante. Que sinto e possuo em meu interior cada parte de cada um, talvez eu seja todos, talvez seja um - ainda sendo nenhum... Mas sei que por hoje sou bem eu, sou aquele que acredita em si e se perde entre as minúcias das poeiras estelares.

Entre(mentes) quem me dera ser amada, mesmo que por um vago momento, com a essência de uma alma, com uma vitalidade repleta de sentimento, pois bem sei que seria apenas assim que eu me sentiria capaz e segura para deixar acontecer, já que sou possuidora de uma mente que perturba-se facilmente. Na realidade, e da maneira mais sincera, sinto como uma chama que arde em meu peito, a vontade de poder me dedicar ao Amor, àquele Amor que jamais abandonaria os confins do meu universo. Quem me dera poder expressar com todos os sopros de vida que me condenarão a morrer de corpo, as palavras sem sons e sem grafias, que pipocam e pululam por entre cada qual das minhas células, que vagueiam mais rápidas que qualquer impulso elétrico, desses que transmitem informações, pois é no Amor que tudo se dá, nesse que já falei que eu sou.

E por mais que digam, por mais que eu diga, bem aqui em algum espaço imutável, eu sei que sinto aquilo que domina a sensação de todos que se aproximam. Sei que quando desejo, e quero, transformo-me em alguém radiante, espontâneo e expressivo. Sim, ainda declaro com muita convicção, que são por entre(atos) daquilo que parece estar escrito, que eu me encontro. Como um presente único, que se tornou imutável, me modifico cada milésimo do tempo humano, para algo que sempre fui. Realmente não me transformo, mas me descubro em mim e em cada um, mesmo naqueles que só observo nos meus caminhos.

Diversas vezes posso parecer um todo que fantasia e que não passa de um sonhador perdido em si e em suas expectativas. Porém, não chegam e nem devem chegar a conhecer o suficiente para entenderem minhas visões, entenderem meus ideais de afeição a qualquer sentir que transpasse uma mal feita definição. Não tenho em nenhuma das minhas lembranças, nem em local algum da minha memória uma vertente de mentira, ou uma vertente para fantasias-ilusórias; pois acredito em tudo, naquilo que sinto e que me toma de qualquer delírio dito como real.

Para mim, Amor não é nenhuma definição, nem o mais sensitivo dos poetas poderia ter aproximado-se do que ele é. No fim, não sinto dor, palavras tão bem desconhecidas, eu sinto e vivo em eternidade de Dor, pois ela sim se aplica em cada um dos meus feitios.

E nem de longe ou de perto, suponho que eu seja um poeta ou que me aproxime de algum, pois isso é apenas mais uma palavra variável de contexto para contexto, do pessoal para o impessoal. Eu acredito no credo e na reza do Ser Poeta. Acredito na capacidade de sentir intrínseca à minha pele física e à minha película espiritual em cada uma das supostas palavras e daquilo que não ganhou uma banal definição. E é por meio disto que me expresso. É entre isto que eu sempre estou a viver. Sou Torpor, sou Mentira, sou Verdade, sou aquilo que me sentir. E sou isto ou aquilo na maior das minhas profusões. Sou a introspecção mais viva e mais morta.

Qual busca pelo sentido da vida gera o vazio e o vago, posso me ver como o pincel de uma Esperança ou de uma sorte, sou na verdadeira essência o que mais precisarem que eu venha a ser.

As questões, por hoje, giram em torno de um Acreditar ou de um Desacreditar. Para quê? Eu ainda não sei, nem quero saber. Sou os mistérios em suas aberturas, que dão o mais verdadeiro sabor de saber que posso ter lá minhas valias, tal qualquer outro, tal qualquer um.
(-nenhum)
Enfim: Não estou lá!

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