Tuesday 9 December 2008

Floreios num bosque.

Certo dia, certo bosque,
na minha vida, coração.
Vi ao longe meu Amor
tomar-me inteira com emoção.

"Cigarreie!", disseram-me as cigarras.
E eu me perdi entre essas e aquelas falas.

"Criquile!", ordenaram-me os grilos.
E eu como outros, fomos seus pupilos.

Noutro dia, noutro bosque,
na minha vida de magia.
Via ao longe lindas cores,
ao som de doce cantoria.

"Borboleteie!", declamaram-me as borboletas.
E no poema se perdiam todas as letras.

"Floreie!", gritaram-me as flores.
Não sei onde, mas sei: Morriam de amores.

Noutro dia, Noutro bosque,
na minha vida de razão.
Vi ao longe grandes-pequenas
pessoas, ao som de uma canção.

"Esconde!", sussurraram-me os bichos-grilos,
"Para bem longe desse e outros martírios."

"Vive!", sorriam-me os bichos-do-mato,
"Que nesse dia é festa, ato a ato."

Cheguei-me mansamente,
sonhando alegremente...
A imaginar quem seriam
os reis daquela folia.
A acreditar em cada parte
a parte daquela salva melodia.

E mais um,
sem que nenhum:

Certo dia, certo bosque,
na minha vida, coração.
Vi ao longe meu Amor
tomar-me inteira com emoção!

2 comments:

  1. Putz, simplesmente perfeito, meu!
    Olha isso: "A acreditar em cada parte
    a parte daquela salva melodia."
    Gostei muito, inteira emoção..
    Putz, sei nem o que comentar...
    Bjos

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  2. Me vale pensar que posso me usar das palavras de um filósofo-mestre. Aqueles que em teus dizeres oferece sonhos para quem quer que seja sonhar, dramas para quem quer que seja chorar, amores para quem quer que seja amar. Me vale pensar que um dia serei, este filósofo que acima falei. Então soferei tentando dizer algo sobre a vida, a maestria e o coração, de quem se ama então. Ao longe, pensava: Como podem estas nuvens, de tão distantes meu dia coroar? Divaguei pelos arborizados dessas cidade cinza, se um dia eu poderia merecer este amor que os céus guardam para mim. E mesmo eu, filósofo, humano, sonhador, não pude um dia pressupor que este amor seria maior que o céus, que este amor me daria os céus, e suas estrelas estariam sempre a me iluminar. Sonhei, um sonho de pequeno filósofo, sonhos ardentes de beijos molhados, de abraços apertados, de escritos amontoados.

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