Sunday 19 October 2008

realejo de borboletas

Tem um ou outro dia que sempre acontece e que tornou-se quase constante. Safado como si só, me diz ao pé do ouvido e vai assim tocando algo que me aparenta ainda ser meu coração vai me contando que vale tanto a pena ser quem eu sou ou quem você é, pelo simples sabor que a vida vem e deposita na ponta da língua, em cada doce palavra ou em cada pudor de um beijo. Não sei, apenas eu acredito, que seja por agora ou ainda que outrora, é. E vai assim declamando aos murmúrios de trovadores:

Que é o sorriso da criança que me encanta
que é o teu sorriso que me engana
No fim, é no olho, no rosto que sempre emana
aqueles versos assim, que todo dia canta.

Que é o doce da boca que me ama
que é a tua boca doce que me quer
No fim, é em mim que arde a chama,
do fogo da graça de poder te ter.

E todo dia sem-dia de sem-vida
venha e assim como borboleta em flor
Na noite e na madrugada caida
que seja e pega-resvele, tua, meu amor.

Mas não, que me venha de novo. Já sei, já notei, mas o gosto de ouvir isso pelos passarem de brisas ventanias ainda me é maior. Então vem, que aconteça outro desses dias que acontecem, que venha ainda mais um declamar de trovador, mas que nesse, esteja você, sentado ali, na ponta dessa lua minguante que só me espera para no fim de minha noite perecer, e do lugar surgir tu, estrela minha, a mais nova, posso apenas te querer.
(ou talvez não, vai depender de um você-tu-tatu)

3 comments:

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  2. Ressalto: Belíssimo Português, sempre muito bem colocado.

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  3. Correção do outro comentário: Ou não, ou sim. Impossível pressupor. Tudo pode depender das circunstâncias, e do papel que desempenhamos nelas.

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