Saturday 8 November 2008

quando(em)quando

Ao teu lado

Mimo que embalado aos céus pelos anjos,
na sua alva candura, foi assim tomado
de meus braços que só queriam niná-lo
por uma noite tê-lo aos meus carinhos.

São todas essas vezes que eu me deito,
e eu rezo para mais uma vez sonhar:
Você aqui comigo, suas pequenas mãos
a brincar com meus cachos, sorrindo, ambos.

Bem-te-vi que alçou vôo até lá,
para bem longe e tão perto de mim.
Você foi e eu não choro mais, aqui
eu bem sei que sempre será meu coração.

Em alguma esquina perdida da minha memória
permaneceu um único lampião a iluminar
a face daquele que a ti me roubou.
Não entendi ali, o bem para ti que ocorria.

Mimo que embalado aos céus pelos anjos,
na sua alva candura, foi assim tomado
de meus braços que só queriam niná-lo
por uma noite tê-lo aos meus carinhos.

Foi nessa noite que eu me lembrei,
foi como um outro eu a parte que amou.
Recordação do meu Mimo pequenino
como o tenro botão de uma flor, tão risonho.

Tal qual última sinfonia deu-se o adeus
ao meio das lágrimas de não si quantos,
mas fui eu, e apenas eu que sabia:
"Meu amor para sempre resplandeceria"

Em algum desses vagos momentos infinitos
você pediu para ficar, eu via no semblante
daqueles meus já conhecidos olhos azulados.
Não seria eu que lograria a tua estada.

Mimo que embalado aos céus pelos anjos,
na sua alva candura, foi assim tomado
de meus braços que só queriam niná-lo
por uma noite tê-lo aos meus carinhos.

Meu vazio mundo já não estaria tão abandonado,
nem a minha alma outro dia poderia escurecer.
Foi como a minha mais preferida estrela
e manteve agora e eternamente o brilho.

Clamo de um vento a outro apenas não
esquecer que eu sempre te sentirei,
ao meu peito de contarei contos das fadas
que a ti encantam nessa noite sem dia.

Eu já sabia que era sob a lua,
que era ali naquele sonho que deixara
para paraíso meu se tornar, Vida.
E eu só posso me alegrar com a imagem.

Batendo no peito enquanto clamo:
"Só me leve para ali ao lado dele,
só me mande o anjo carregar aos braços
a réstia que se mantém das minhas forças."

Mimo que embalado aos céus pelos anjos,
na sua alva candura, foi assim tomado
de meus braços que só queriam niná-lo
por uma noite tê-lo aos meus carinhos.

Sabia que uma hora chegaria, eu iria
ao teu encontro e sempre te amamentaria
com os melindres da mais cuidados mãe
e com os beijos mais doces de quem te ama.

Sabia que eu entregaria logo minha vida
de um espírito sem consolo, da falta tua.
Mas sabia mais ainda, não era mais
tempo de chorar, não era o que gostaria.

Mimo que embalado aos céus pelos anjos,
na sua alva candura, foi assim me dado
aos meus braços que só queriam niná-lo
por um sempre, tê-lo aos meus carinhos.

1 comment:

  1. E eu sempre tenho o privilégio de contemplar escritos na íntegra. Bem, bom... e me faltam as palavras outra vez. Sempre assim. É como se as letras me fossem tomadas, como se elas viajassem em caldas de cometas, em planos exatos e sem sentido, algo como entorpecido e esquecido, algo que conheço. Não vi. Se perdeu. Semiótico.

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